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Após quase um século, Oscar ainda falha na inclusão feminina

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Nos últimos anos, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas tem buscado diversificar o Oscar para amenizar críticas de elitismo e falta de representatividade. A mudança se tornou urgente após a polêmica do #OscarSoWhite, em 2016, quando todos os 20 indicados nas categorias de atuação eram brancos e talentos negros em papéis de destaque foram ignorados. O boicote e a pressão de grandes nomes de Hollywood forçaram a Academia a agir.

Uma das medidas adotadas foi ampliar a presença feminina entre os votantes, que passou de 25% para 33%. No entanto, o impacto nas premiações ainda é tímido: ao longo de 97 edições, apenas 17,88% das vencedoras levaram o Oscar em categorias que não incluem Melhor Atriz, Melhor Atriz Coadjuvante e Melhor Filme Internacional, segundo um levantamento da Hibou divulgado pela Forbes Brasil. Isso significa que 82,12% das vitórias foram concedidas exclusivamente a homens.

Na cerimônia de 2024, a polêmica em torno da representatividade feminina voltou a dominar a premiação: fãs de Barbie se revoltaram quando o filme, que traz uma mensagem de poder e união feminina, não recebeu indicações nas categorias Melhor Atriz e Melhor Diretor para Margot Robbie e Greta Gerwig, respectivamente. 

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Representatividade fake

Na 97ª edição do Oscar, a ausência de representatividade feminina na direção é notável. Embora cinco dos dez indicados a Melhor Filme sejam protagonizados por mulheres — Anora, Emilia Pérez, Ainda Estou Aqui, A Substância e Wicked —, apenas um deles, A Substância, conta com uma mulher na direção: Coralie Fargeat.

Anora, por exemplo, é dirigido por Sean Baker; Emilia Pérez por Jacques Audiard; Ainda Estou Aqui por Walter Salles; e Wicked por Jon M. Chu. Essa discrepância evidencia que, apesar de personagens femininas estarem em destaque nas telas, as oportunidades para diretoras ainda são limitadas.

Coralie Fargeat também é a única mulher entre os cinco candidatos ao prêmio de Melhor Diretor em 2025.

“Eu sinto que o Oscar dá dois passos para frente e um passo para trás. Em um ano a gente premia uma diretora, no outro ano a gente nem se quer indica uma mulher na categoria. Eu sinto que é isso: ‘Esse ano aqui já foi, já teve sua vez, vamos lá’”, opina Fabiana Lima, crítica de cinema.

Para Miriam Spritzer, repórter de cultura e entretenimento em Nova York (EUA) e jurada do Globo de Ouro, a questão vai além do Oscar e tem raízes na própria indústria cinematográfica, que ainda é dominada por homens.

“A quantidade de mulheres dirigindo filmes ainda é muito menor que a de homens, e essa é uma realidade da indústria. Não vejo como falta de representatividade, mas sim como pequenos passos rumo a uma mudança maior”, analisa.

“Enquanto a indústria ainda tiver poucas diretoras ou oferecer pouco espaço para elas, essa desigualdade vai continuar.”

Miriam Spritzer

Pequenos passos

Tanto Fabiana quanto Miriam reconhecem que, apesar dos avanços tímidos, há sinais positivos de mudança. Miriam cita A Substância como exemplo — o filme, que discute os extremos da busca pela beleza, foi indicado a cinco categorias, incluindo Melhor Filme, Melhor Direção e Melhor Atriz.

“Se olharmos para alguns anos atrás, seria impensável ver um filme como A Substância concorrendo em tantas categorias importantes. O mesmo vale para Emilia Pérez, uma ópera moderna sobre uma narcotraficante transexual, totalmente em espanhol. Estamos vendo mudanças, mas ainda longe de um cenário ideal. Isso não acontece da noite para o dia”, avalia.

Fabiana complementa: “O Oscar existe há 97 anos e, nesse tempo, apenas seis mulheres latinas foram indicadas, e três venceram na categoria de Melhor Filme, se não me engano. A primeira diretora a ganhar um Oscar foi Kathryn Bigelow, há menos de 30 anos. Isso mostra que a mudança ainda é lenta e está muito longe do ideal”.

kathryn bigelow oscar 2010
Kathryn Bigelow: primeira mulher a vencer o Oscar de melhor direção, pelo filme Guerra ao Terror
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