A Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás (Semad) emitiu, nessa terça-feira (1º/7), o primeiro auto de infração contra a empresa Ouro Verde, responsável pelo lixão que desabou em Padre Bernardo (GO), no Entorno do Distrito Federal.
O documento multa a empresa privada que administra o aterro sanitário em R$ 37,5 milhões. A medida se deu após a qualificação do dano ambiental provocado pelo desmoronamento dos resíduos mantidos na área, em 18 de junho último.
A empresa Ouro Verde ainda recebeu críticas por parte do Ministério Público de Goiás (MPGO). A instituição informou que o desabamento “não foi surpresa”, pois, em 2021, ajuizou uma ação civil pública, junto ao Ministério Público Federal (MPF), para cobrar a interdição do lixão.
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Diante da contaminação direta do Córrego Santa Bárbara e potencial do Rio do Sal, a Semad iniciou, na segunda-feira (30/6), uma operação para remover os 42 mil metros cúbicos de lixo que desabaram, desviar o córrego – para que ele pare de transportar resíduos – e esvaziar as três lagoas de chorume da área.
Agora, o corpo técnico da secretaria também tenta obter a documentação necessária para contratar mais máquinas, para operação no local – além das disponibilizadas pela Prefeitura de Padre Bernardo.
Veja imagens:
A empresa responsável pelo lixão teria dito que faria o desvio do córrego em 27 de junho, segundo a Semad. Porém, no dia seguinte, representantes dos órgãos envolvidos no gabinete de crise montado para acompanhar a situação estiveram no local e constataram que a proposta apresentada era inviável.
“Porque não levou em conta o aumento do nível da água represada e peculiaridades do relevo”, comunicou a pasta.
Medidas necessárias
- Instalação de barreira após o ponto do desabamento, para impedir que, em caso de colapso da massa de resíduos, o material seja transportado até o Rio do Sal, o que evitaria a ampliação dos prejuízos;
- Bombeamento da água contaminada para bacias de contenção;
- Monitoramento da qualidade da água;
- Visitação a moradores da comunidade local.
Agricultores da região dependiam das águas do Córrego Santa Bárbara e do Rio do Sal para sobreviver e, atualmente, estão temporariamente impedidos de usá-las, até que o problema da contaminação do recurso natural seja resolvido.
Enquanto isso, a prefeitura de Padre Bernardo tem abastecimento famílias da região por meio da distribuição de galões de 20 litros e com disponibilização de caminhões-pipa, segundo a Semad.
A secretaria acrescentou que equipes técnicas do governo de Goiás coletaram amostras de água no domingo (30/6), na segunda (1º/6) e voltarão à cidade de Padre Bernardo nesta quinta-feira (3/7), para fazer o processo novamente.