Líderes de diferentes partes do mundo prestam homenagens a José Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai, que morreu nesta terça-feira (13/5), aos 89 anos, em decorrência de um câncer de esôfago.
Mensagens de pesar estão chegando de presidentes da América e da Europa, ressaltando a trajetória política, o compromisso com a democracia e o estilo de vida simples do ex-líder uruguaio.
“É com profundo pesar que anunciamos o falecimento do nosso colega Pepe Mujica. Presidente, ativista, líder e líder. Sentiremos muita falta de você, querido velho”, escreveu o presidente do Uruguai, Yamandú Orsi. “Obrigado por tudo o que você nos deu e pelo seu profundo amor pelo seu povo.”
Na Espanha, o presidente Pedro Sánchez lembrou o espírito humanista de Mujica: “Um mundo melhor. Foi nisso que Pepe Mujica acreditou, lutou e viveu. A política faz sentido quando é vivida assim, com o coração. Meu mais profundo carinho à sua família e ao Uruguai. Eterno, Mujica.”
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, também lamentou a perda. “Pepe Mujica, o grande revolucionário, presidente do Uruguai, morreu. Adeus amigo”, escreveu. Petro ainda defendeu a integração regional como um caminho para honrar esse legado: “Espero que um dia a América Latina tenha um hino, espero que um dia a América do Sul se chame: Amazônia.”
“Voe alto, querido Pepe!”, escreveu o presidente da Bolívia, Lucho Arce. “Com o coração profundamente triste, nos despedimos do nosso irmão e camarada, um verdadeiro farol de esperança, humildade e luta pela justiça social. Sua vida foi um testemunho de rebelião e amor ao seu povo”.
A presidente do México, Claudia Sheinbaum, também se manifestou: “Lamentamos profundamente a morte do nosso querido Pepe Mujica, um exemplo para a América Latina e o mundo inteiro por sua sabedoria, consideração e simplicidade. Expressamos nossa tristeza e condolências à família, amigos e ao povo do Uruguai”.
O presidente do Chile, Gabriel Boric, prestou uma homenagem emocionada ao ex-líder uruguaio. “Caro Pepe, imagino que você vá embora preocupado com a salada amarga que existe no mundo hoje. Mas se você nos deixou alguma coisa, foi a esperança insaciável de que é possível fazer as coisas melhor — ‘passo a passo para não sair dos trilhos’, como você nos disse — e a convicção inabalável de que, enquanto nossos corações baterem e houver injustiça no mundo, vale a pena continuar lutando.”
Trajetória
A morte de Mujica encerra uma trajetória marcada por décadas de atuação política. Ele foi presidente do Uruguai entre 2010 e 2015, além de ter exercido papel importante na resistência à ditadura militar no país, entre 1973 e 1985.
Também ficou conhecido por seu discurso em defesa da justiça social, por sua vida austera e por manter hábitos simples mesmo enquanto ocupava o cargo mais alto do país.
Aos 89 anos, Mujica enfrentava um câncer diagnosticado em abril de 2024. Em janeiro deste ano, ele anunciou publicamente que a doença havia se espalhado e que não passaria por tratamentos agressivos, devido à idade e à saúde debilitada.
“O que peço é que me deixem em paz. Que não me peçam mais entrevistas nem nada. Meu ciclo já terminou. Sinceramente, estou morrendo. E o guerreiro tem direito ao seu descanso”, declarou ao jornal uruguaio Búsqueda.
Mujica nasceu em 20 de maio de 1935 e estava prestes a completar 90 anos. Além de político, foi agricultor e escritor. Sua trajetória o transformou em uma das figuras mais respeitadas da política latino-americana contemporânea, admirado tanto por seus posicionamentos quanto pelo modo como escolheu viver.