Moro diz: “Essa campanha contra a Lava Jato e a favor da corrupção está beirando o ridículo”

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Sergio Moro: “Sou grande defensor da liberdade de imprensa,  mas essa campanha contra a Lava Jato e a favor da corrupção está beirando o ridículo. Continuem, mas convém um pouco de reflexão para não se desmoralizarem. Se houver algo sério e autêntico, publiquem por gentileza.”

Diz a Folha de S. Paulo:

“Mesmo entre os críticos de Deltan Dallagnol, há certa solidariedade e espírito de corpo. É comum ouvir de colegas de carreira do procurador que ele é ‘bem-intencionado’ e que ninguém sobreviveria à publicação de três anos de mensagens enviadas em um ambiente de comunicação privado.”

As supostas mensagens de Deltan Dallagnol em que teria pedido a Sergio Moro verbas da 13ª Vara para bancar um vídeo em favor das 10 medidas contra a corrupção levantou suspeitas sobre a origem do dinheiro.

Magistrados apontam ser possível ao MPF indicar a aplicação de verbas oriundas de multas pagas por acusados em projetos com finalidade social.

O dinheiro é pago por acusados que conseguem a suspensão condicional do processo ou a transação penal, benefícios previstos na lei.

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), que fiscaliza as varas federais por meio de sua corregedoria, permite que o juiz do caso defina o destino dessas verbas seguindo uma série de regras.

Deltan Dallagnol já fez uma palestra em 2019.

“Em 11 de maio”, diz Eliane Cantanhêde, “falou sobre seu tema recorrente – combate à corrupção – no Encontro da Cidadania, em Campos do Jordão (SP), e recebeu R$ 29,7 mil, que repartiu entre três entidades: Fundação Lia Maria Aguiar, que promoveu o evento e tem projetos sociais de dança, música e teatro; Hospital Erasto Gaertner, de tratamento do câncer infantil, em construção; e ONG Amigos do Bem, que desenvolve projetos sociais no sertão nordestino”.

O CNMP concluiu que promotores e procuradores têm o direito de fazer palestras e dar cursos pagos, podendo doar ou simplesmente guardar o que recebem.

Logo, não é por aí que vão ‘pegar’ um dos símbolos da Lava Jato. Podem agastá-lo, podem desgastá-lo na opinião pública e no mundo jurídico, podem exigir explicações dia sim, dia não. Mas, por enquanto, isso se resume a um mar de constrangimentos e a um exercício: o da paciência. De concreto, que possa comprometer objetivamente sua atuação profissional, nada há.