A Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCRJ) ainda tem uma série de pontos que precisam ser esclarecidos sobre a morte da jovem Camille Vitória Rodrigues, de 21 anos. Ela saiu para procurar emprego, mas não retornou para casa. O corpo foi localizado 10 dias depois.
A motivação permanece como um dos pontos mais delicados da investigação. Para se chegar a esta informação, é necessário apontar o autor do crime. No momento, há dois suspeitos, mas nenhum deles está preso. A polícia chegou a fazer pedidos de prisão para ambos, mas a Justiça não acatou.
A causa da morte também não foi esclarecida. O corpo de Camille foi localizado na noite da terça-feira (16/7) em uma área de mata na Baixada Fluminense. Exames periciais foram realizados no corpo da jovem, mas os resultados podem levar até 30 dias.
Familiares da jovem afirmam que a polícia tem dado poucos detalhes do caso. A equipe à frente das apurações, inclusive, esteve em diligências na quarta-feira (17/7), mas novas informações não chegaram a ser divulgadas.
Estes exames poderão ajudar a esclarecer outro ponto importante das investigações: a dinâmica do crime. O que se sabe até o momento, conforme o depoimento de um ex-policial militar, é que Camille foi deixada com dois outros homens os quais não se sabe a identidade, nem qual relação teriam com ela. O ex-militar relatou ter visto eles agredirem a jovem, mas ele preferiu deixar o local.
Suposta entrevista de emprego
Camille teria sido atraída para uma suposta entrevista de emprego. O zelador que conhecia a jovem intermediou o contato dela com o ex-policial. Eles estariam cientes de que um empresário de cerca de 70 anos procurava uma mulher “jovem e malandra” para ajudar a comprovar uma suposta traição da qual ele seria vítima.
Sumiço
A mulher que supostamente estaria traindo o homem, de 24 anos, não teve a identidade revelada até o momento, nem o senhor, que é dono de vários postos de combustíveis. Na apuração paralela que realizaria, Camille deveria fazer registros fotográficos da jovem de 24 anos com o suposto amante.
Camille era mãe de três crianças pequenas e trabalhava como faxineira em um clube, onde conheceu o zelador. A mulher fazia bicos para complementar a renda e saiu de casa no último dia 5 para ir até a suposta entrevista de emprego. Os filhos de Camille são uma menina de 4 anos, e dois meninos com idades de 2 anos e de 8 meses.
Uma tia de Camille, que se identificou apenas como Tainara, afirmou ao Metrópoles que eles não têm tido acesso a informações detalhadas sobre a investigação. “A familia só sabe o que passa na televisão”, disse.
Ela disse ainda que a família sabia apenas quem era o zelador, João Valente. “A mãe da Vitória frequentava o clube (onde ele trabalhava). O outro envolvido não sabíamos nem da existência dele. Cada dia a família se surpreende mais com tamanha e crueldade do ser humano”, lamentou.
O zelador relatou, em depoimento, que levou a jovem para se encontrar com o ex-policial na estação Central do Brasil, dias antes do sumiço dela. Desde então, a família nem outra pessoa relatou ter tido contato com ela. O corpo da jovem foi sepultado na noite da quarta-feira.