O filho de uma escrivã da Polícia Civil do Pará, Marcello Victor Carvalho de Araújo, de 24 anos, foi morto durante uma operação da Polícia Federal (PF) na manhã desta quarta-feira (8/10), no bairro do Jurunas, em Belém (PA). O padrasto da vítima era o alvo da ação e acabou preso.
A corporação cumpria mandados da Operação Eclesiastes, que investiga uma organização criminosa envolvida em tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro.
A tia do jovem, Ana Carolina Carvalho, contou à imprensa que os agentes arrombaram a porta do apartamento onde estavam Marcello, a mãe dele, a escrivã Ana Suellen Carvalho, e o namorado dela, Marcelo Pantoja Rabelo, conhecido como “Marcelo da Sucata”.
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Marcello era formado em educação física e trabalhava como auxiliar administrativo na Polícia Civil
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Filho de escrivã da PC é morto a tiros pela PF durante ação no Pará
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Segundo Ana Carolina, os policiais entraram no imóvel “bastante alterados”. “O primeiro tiro atingiu meu sobrinho fora do quarto. Assustado, ele correu para dentro, e eles o seguiram, disparando novamente, e ele caiu”, disse.
A tia afirmou, ainda, que a mãe de Marcello tentou se identificar como policial civil, mas foi agredida pelos agentes e, posteriormente, impedida de ver o filho morto. “Deram dois tapas na cara dela, chamando-a de vagabunda e mandando calar a boca”, relatou Ana Carolina.
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PF diz que jovem reagiu à abordagem
A Operação Eclesiastes teve como foco o cumprimento de 19 mandados de prisão preventiva e 30 de busca e apreensão, além do sequestro judicial de bens e valores que podem somar até R$ 1,5 bilhão, conforme decisão da 4ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Pará.
Em nota, a corporação afirmou que “durante o cumprimento de um dos mandados de busca e apreensão, um indivíduo reagiu à abordagem policial, foi atingido e, embora tenha recebido atendimento imediato, não resistiu aos ferimentos.”
Familiares, no entanto, contestam a versão apresentada pela corporação.
Quem era Marcello Victor
Marcello era formado em educação física e trabalhava como auxiliar administrativo na Polícia Civil. Ele era filho da escrivã Ana Suellen Carvalho e sobrinho-neto da promotora do Ministério Público do Pará (MPPA) Ana Maria Magalhães.
Nas redes sociais, o jovem compartilhava momentos de lazer e demonstrava interesse por esportes, mostrando um cotidiano ativo e próximo à família.
A reportagem entrou em contato com a Polícia Civil do Pará (PCPA) para mais informações e aguarda o posicionamento. O espaço segue aberto para manifestações.