O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não vai a Portugal para participar do evento que celebra o 50 anos da Revolução dos Cravos, que marcou o fim da ditadura no país. A informação foi confirmada à Gazeta do Povo por membros do governo. O evento está marcado para a próxima quinta-feira (25).
Não é claro, porém, a razão para a ausência de Lula na cerimônia. O petista foi um dos participantes do mesmo evento no ano passado. É sabido, contudo, que o mandatário brasileiro não é bem quisto por alas da direita de Portugal. No último ano, durante visita ao país para a mesma celebração, em 25 de abril, o petista foi convidado para discursar no evento pelo governo de Marcelo Rebelo, presidente português de esquerda, mas foi “impedido” por parlamentares da oposição.
Após o anúncio de que Lula teria uma participação ativa no evento daquele ano, membros da oposição portuguesa pressionaram para que ele não discursasse na cerimônia, ameaçando protestar caso o brasileiro subisse ao púlpito. Devido à polêmica e repercussão negativa causada entre os parlamentares, o petista foi convidado para participar de uma cerimônia solene de “Boas-Vindas” no Parlamento Português.
Entre os partidos que se movimentaram para impedir que Lula discursasse em 2023, estão o Partido Social Democrata (PSD), o “Chega” e a Iniciativa Liberal (IL). O PSD, atualmente, faz parte da coligação que foi eleita para o Parlamento Português pelos próximos anos. O PSD e o Centro Social Democrático (CSD), formaram a Aliança Democrática (AD), partido que venceu as eleições no país neste ano.
O líder do Chega, André Ventura, foi um dos parlamentares que encabeçou o movimento para impedir que Lula discursasse na celebração portuguesa. Ainda neste ano, Ventura voltou a protagonizar críticas ao mandatário brasileiro. Em campanha eleitoral no início do ano, o parlamentar declarou que não receberia Lula em Portugal se fosse eleito primeiro-ministro do país.
Apesar de não ter ganhado, o partido de André Ventura, o Chega, aumentou sua participação no Parlamento Português e conquistou 48 cadeiras com as eleições. O resultado evidenciou a força da direita em Portugal e aumentou a influência do partido no país.
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