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Comércio de Taguatinga em crise 

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Por Luís Nova

Quem anda pelo centro de Taguatinga nota a mudança no ambiente. Nos últimos anos, o túnel Rei Pelé foi inaugurado e agora a praça do relógio está em obra de revitalização. Entretanto, todas as benfeitorias não foram suficientes para aquecer o comércio local, que sofre um amargo marasmo.

Quem cresceu em Taguatinga, lembra do corre corre no comércio. Era gente subindo e gente descendo. Os comércios ferviam, na rua tinham muitos vendedores e as paradas de ônibus ficavam bem cheias. Mas esse retrato caótico da cidade grande deu espaço para a calmaria que parece um município do interior. 

A mineira Maria Luzia Peixoto, de 70 anos, veio para o DF logo no começo, quando tinha apenas 5 anos. Ela comprou uma lanchonete e trabalha com a família há mais de 30 anos. De acordo com ela, o faturamento da loja diminuiu muito. 

“Estava andando até a avenida das Palmeiras e contei 17 lojas fechadas. Se o governo não fizer nada aqui vai virar a W3 Sul”, desabafa.

Outro comerciante da área central de Taguatinga, Adriano Brandão , de 38 anos, relatou que o movimento no seu comércio caiu 30% e precisou ampliar as vendas na internet para assim compensar a diminuição de clientes. Ele é proprietário do Sebo Cultura Universal.

“Estou aqui há 15 anos, minhas vendas caíram. Até a parada de ônibus mudou de local. Os motoristas agora passam por baixo do centro e acabam não consumindo no nosso comércio”, destaca.

O presidente da Associação Comercial e Industrial de Taguatinga (Acit), Justo Magalhães, de 74 anos, aguarda a conclusão da obra da Praça do Relógio para avaliar o novo panorama para a cidade. “A previsão de melhora é só após a conclusão da obra da Praça do Relógio, que está prevista para novembro deste ano”, explica.

O presidente da Acit, ainda informou que quem mais sofreu com a obra e com a pandemia foram os pequenos comerciantes.“A obra demorou três anos e meio e depois ainda veio a pandemia. O pequeno comerciante foi o que mais sofreu, pois ele não tem um capital de giro tão alto para a manutenção do negócio por um período tão grande”, explica Justo Magalhães. 

A Administração Regional Taguatinga informou que está em “constante dialogo” para melhorar a região. “Todas as medidas possíveis para minimizar os transtornos estão sendo tomadas. Ao final desta obra , teremos uma praça acessível e salubre para o cidadão”, explica.

Ainda segundo a pasta, mesmo com a reclamações dos comerciantes, aumentaram a quantidade de comércios na cidade.“Importante mencionar que após a entrega da obra do túnel, o número de CNPJs (empresas) aumentou na cidade, inclusive com a implantação de novos ramos comerciais. Ressaltamos ainda o aumento de vagas de emprego e arrecadação, fatores que demonstram crescimento da atividade comercial”, conclui a administração. 

O post Comércio de Taguatinga em crise  apareceu primeiro em Jornal de Brasília.

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