A ministra da saúde Nísia Trindade inaugurou nesta terça-feira (28), o Espaço Cultural Dona Ivone Lara, no anexo I do Ministério da Saúde. Dona Ivone Lara é um grande nome da música brasileira, que encantou a todos com sua voz e suas belíssimas melodias. Ivone foi também uma trabalhadora da saúde, que por 37 anos honrou o Ministério da Saúde com sua dedicação e trabalho.
A exposição tem como propósito exaltar as mulheres na saúde. Além da sambista-enfermeira, a exibição conta com outras grandes mulheres, como Izabel dos Santos, Fátima Oliveira, Nise da Silveira, Maria Odília Teixeira, Simone Leite Batista, Anna Nery, Roseni Rosângela de Sena, Wanda Horta e Zilda Arns.
Dona Ivone Lara
Ivone Lara da Costa tornou-se enfermeira e assistente social especializada em terapia ocupacional, tendo trabalhado em hospitais psiquiátricos usando a musicoterapia no cuidado com pacientes. Seu primeiro samba foi inspirado num presente dado por seus primos mestre Fuleiro e Hélio, que seriam seus futuros parceiros: um pássaro tiê-sangue. O nome do pássaro se juntou a uma expressão que costumava ouvir da avó moçambicana, “oialá-oxa”, e daí surgiu o samba “Tiê-tiê. Dona Ivone Lara exerceu a profissão por 37 anos.
1989
O músico-compositor paulista, Eder Silva, relata que teve a felicidade, o prazer e a honra de ter acompanhado a sambista Dona Ivone Lara nas décadas de 80 e 90, em que ele estudou com ela na escola Caetano de Campos, em São Paulo. Além disso, participou de um programa com Ivone na Rede Globo, em que o apresentador na época era o Lima Duarte.
O artista conta que foi uma trajetória magnífica ao lado dela, em que teve felicidade, em um momento tão doloroso. Narra que teve um derrame facial e, um dia quando foi tocar com ela, em uma época gélida, teve uma grande febre, a boca entortou e parou de piscar. O músico ainda possui algumas sequelas, com isso informa que ele e a cantora tiveram uma conversa profunda no camarote, no Teatro Cultural de Jabaquara, nos anos 90.
“E eu contando pra ela, vestido de blusa e cachecol, com febre, muita febre, e a Dona Ivone começou a conversar comigo, ela foi me tranquilizando, pois eu não ia conseguir subir no palco, eu estava meio afônico, né? E ela falou como minha saudosa mamãe na época, você tem que aceitar primeiro o que aconteceu com você e ficar tranquilo!”
O compositor conta que ela pediu para ele tirar a roupa de frio e foi conversando com ele, e o sentimento que o músico teve foi de acalento. E assim ele percebeu estar sem febre. A sambista-enfermeira contou a história da música, como ela lidava com a música e como tratava seus pacientes, com a musicoterapia.
“De repente passei algum tempo no camarim, conversando com ela, e perguntei, será que a senhora tem algum problema em escrever uma canção comigo? E ela respondeu que sim, não tinha problema, que o único problema que poderia ter era ciúmes de alguém hahahahaha”, conta o músico.
Com isso ele comunica que não ia falar para ninguém sobre a canção,, guardou o papel, levou para casa e não falou para ninguém. Eder fez uma canção com ela que até os dias atuais ninguém sabia da existência. O nome da canção se chama “Dom de Deus”.
Em homenagem à Dona Ivone Lara, dia 13 de abril é instituído como Dia Nacional da Mulher Sambista.
A exposição ocorre no Espaço Cultural Dona Ivone Lara (Ministério da Saúde, na Esplanada dos Ministérios, Brasília), às 10h, a exposição iniciou na sexta-feira (10/5) e ficará em cartaz nos dias 28 de maio, 12 de junho, 19 de junho, 10 de julho e 24 de julho.
Para participar da exposição, segue o formulário abaixo:
http://forms.office.com/pages/responsepage.aspx?id=00pVmiu1Ykijb4TYkeXHBdKvhYzawz9GhBRgvlOhoZ1UMlhDOTI3TzJIWjVRNEtDSVNWVlhNQVc1VC4u
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