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Cesta básica no DF compromete 52% do salário mínimo após reajuste

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O salário mínimo foi atualizado, nessa segunda-feira (1º/5), para valor acima da inflação e chegou a R$ 1.320. Ainda assim, mais da metade da renda fica comprometida devido ao preço da cesta básica no Distrito Federal.

Com base no valor dos alimentos registrado mais recentemente no DF — que tem março como referência —, 52,5% dos atuais R$ 1.320 ficam comprometidos para a compra dos itens necessários ao consumo mensal de uma família de quatro pessoas. Antes do reajuste, esse indicador era de 57%.

O último levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) revelou que o custo dos 13 alimentos que compõem a cesta básica foi de R$ 693,32, em março último.

O novo valor do salário mínimo considera a variação estimada de 5,8% na inflação de 2022. Com a mudança, o pagamento diário corresponde a R$ 43,30, enquanto a hora passa a ser de R$ 5,92. Assim, ainda com base nos valores mais recentes, uma pessoa precisa trabalhar ao menos 16 dias — ou 117 horas — em um mês para comprar a cesta básica.

Impacto populacional

Apesar de apresentar impacto menor no fim do mês devido ao custo da cesta básica, o professor de economia e mercado financeiro da Universidade de Brasília (UnB) César Bergo destaca que o ideal seria se esses produtos custassem apenas um terço do rendimento mensal. “Há, ainda, outros gastos como água e energia, que também comprometem a renda”, ressalta.

A estimativa é de que 400 mil pessoas no DF sintam o efeito do reajustem, pois, além de estabelecer um valor-base aos trabalhadores, o novo salário mínimo impacta aposentados, pensionistas e beneficiários de programas sociais.

“É um contingente importante e, em termos anuais, apresenta recursos novos para a economia. O aumento é de R$ 18, mas esse é um dinheiro que representa três dias de pão e de leite. Faz diferença para quem ganha”, lembra o professor.

César Bergo chama a atenção para o fato de que a cesta básica do DF é uma das mais caras do país, devido ao distanciamento da capital federal dos locais onde de produção dos alimentos e das sazonalidades deles, como legumes e frutas. “Ainda assim, estamos em um momento de redução do preço dos alimentos. O que deve pesar mais nos gastos básicos no próximo mês será o valor do gás e do combustível”, acredita.

Anúncio do reajusta

O anúncio do reajuste do salário mínimo saiu no domingo (30/4), durante pronunciamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em rede nacional de rádio e televisão.

Editada em formato de medida provisória (MP), a norma foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) de segunda-feira (1º/5).

Como no rito de tramitação MPs, a regra tem vigência de 60 dias, prorrogáveis por igual período. Ao longo desse prazo, a medida deverá ser avaliada e votada pelo Congresso Nacional, que pode aprová-la sem ressalvas, vetá-la ou alterar o texto.

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