A Promotoria de Justiça do Tribunal do Júri de Águas Claras decidiu condenar Kádimo Eduardo Lopes Silva a 15 anos e Cledilson dos Santos Gomes a 13 anos, ambos em regime fechado, pelo assassinato do pastor Francisco Antônio dos Santos Marques, de 35 anos. O homem foi morto a tiros no momento em orava, de joelhos, dentro de uma igreja na QS 11, no Areal, em Águas Claras. O crime aconteceu no dia 4 de outubro de 2020.
Segundo a Justiça, Cledilson foi ordenou o assassinato do pastor. A motivação veio do fato de que o religioso era um dos suspeitos pela morte do filho de Cledilson, anos antes, no Piauí. Cinco meses antes da morte do pastor, o mandante entrou em contato com Kádimo que matasse Francisco. Como recompensa, um revólver calibre.38 foi dado ao homem.
Durante o julgamento, realizado na última quinta-feira (11/5), Kádimo foi acusado de homicídio praticado mediante pagamento, com a utilização de recurso que dificultou a defesa da vítima e praticado por meio de emboscada. Quanto a Cledilson, foi aceita a denúncia de homicídio com recurso que dificultou a defesa da vítima e do emprego de emboscada. A decisão é de 1º grau e ainda cabe recurso.
Morte do pastor
O episódio aconteceu na Igreja Assembleia de Deus voz do Calvário. O religioso foi atingido pelas costas, no momento em que estava de joelhos, em oração. Uma mulher que participava da celebração também foi atingida, de raspão, e não corre risco de morte. Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), Kádimo entrou no templo armado e efetuou diversos disparos.
Crime no Piauí
O crime do qual Francisco é acusado ocorreu em 2016. De acordo com a sentença proferida pela juíza da 1ª Vara Criminal da Comarca de Parnaíba Maria Ivani de Vasconcelos, o pastor, em 3 de abril daquele ano, por volta das 20h30, atirou e matou Lucas da Silva Gomes.
Uma mulher identificada como Jeane Silva Marques também ficou ferida à época. Ela precisou passar por diversas cirurgias que acabaram causando incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias, além de deformidade permanente.
De acordo com a magistrada, o acusado agiu por motivo fútil, uma vez que matou Lucas Gomes “pelo simples prazer de vê-lo morrer.” Além de tentar matar a mulher, por vingança ao ser desprezado por ela.
Ainda de acordo com o processo, o pastor agiu “mediante recurso que dificultou ou impossibilitou a defesa do ofendido, haja vista após saber onde as vítimas se encontravam, os aguardou, em emboscada e, de arma em punho, deferiu-lhes vários tiros”.
Jeane Silva Marques era casada com Francisco, mas no tempo dos fatos já estava separada havia mais de dois anos e não mantinha contato com o pastor. Não aceitando a separação, o homem começou a ameaçar a ex. Dizia que não aceitava vê-la com outra pessoa.
No dia do crime, após procurar informação sobre o casal, sabendo onde costumavam se encontrar, o denunciado chegou ao local em uma motocicleta, acompanhado de uma pessoa não identificada, e esperou as vítimas em emboscada.
Jeane Silva viu o ex e foi até Lucas Gomes. Ela subiu na moto em que o namorado estava, mas Francisco se aproximou e começou a atirar contra o casal.
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