A Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite, lançada pelo Ministério da Saúde vai acontecer até o dia 14 de junho. A meta é imunizar 95% do público-alvo, que abrange cerca de 13 milhões de crianças menores de cinco anos. O objetivo é reduzir o número de crianças não vacinadas e o risco de reintrodução do poliovírus no Brasil, e ainda, o reforço de medidas para a erradicação da doença. Foi registrado pela pasta, a aplicação da poliomielite injetável avançou 6,23 pontos percentuais, passando de 78,33% em 2022 para 84,56% no ano passado. Mas o número ainda é baixo, como afirma especialista da Secretaria de Saúde.
Luana Priscila Pereira Ribeiro, 32 anos, corretora de imóveis, foi à Unidade Básica do Guará I, com a filha Lola, de 1 ano e 9 meses, para tomar a dose contra a poliomielite. Ela já tinha tomado a primeira dose, porque Luana afirma que acha essencial que as crianças tenham a vacinação em dia. “E a gente aproveitou que ela ia tomar o imunizante contra influenza, e já veio dar a da pólio também. Estamos prevenindo o nosso futuro de propagar as viroses, porque muitas crianças morriam antigamente por falta de vacina”.
Para Luana, se tem vacina disponível, é direito e dever da população se imunizar. “A gente sempre tá vacinando, surge uma, vamos dar, a gente está sempre ciente das campanhas e da divulgação”. Luana acredita que existe uma onda de negacionismo que afastou as pessoas das vacinas, mas ela sempre tenta conscientizar todos a sua volta da importância da imunização. Ela e o marido Rafael Calheiros, 36, estagiário, aproveitaram para tomar a dose de imunizante também, mas no caso deles, foi contra a gripe.
A analista administrativa Priscila Karen Almeida, 31 anos, veio com o filho Joaquim Guelli Almeida, de 1 ano e 8 meses para tomar o imunizante contra a pólio. A irmã de Priscila tem uma filha, e assim que soube da campanha, avisou para que Joaquim fosse vacinado também. “Eu dou total importância a todas as vacinas. O Joaquim está com o cartão vacinal completo”, conta.
Priscila afirma que na família dela, todas as pessoas se preocupam e entendem o valor da imunização. Ao levar o filho para tomar a dose contra a poliomielite, ele chorou um pouco, mas logo ficou tranquilo. “Ele tem trauma de agulha, de jaleco branco. Mas deu tudo certo, foi bem rapidinho”.
Segundo Ligiane Sales dos Santos, enfermeira da área técnica de imunização da Gerência de Rede Frio, da Secretaria de Saúde, a campanha de vacinação contra a Poliomielite vem acontecendo já há vários anos, porque o Brasil ainda está na lista dos países que correm o risco da reintrodução da doença. Então, por esse fator, todos os anos é realizada a divulgação. “Até porque, desde 2016, a gente está tendo queda da cobertura vacinal. E a poliomielite é também uma doença cuja campanha não atinge a meta preconizada”, frisa.
A cobertura vacinal de 84% é pouca, frente a 95%, que é a meta, como explica Ligiane. “Pensando em pessoas não vacinadas, a gente corre um risco muito grande ainda da disseminação da doença”. Ela explica que o Ministério da Saúde lançou a campanha a nível nacional, com o dia D definido para o dia 8 de junho, que será o dia de mobilização nacional.
O público-alvo da campanha são crianças menores de cinco anos de idade, para que sejam vacinadas e também promover a atualização da caderneta de vacinação. De acordo com Ministério de Saúde, a campanha deste ano é muito importante para o enfrentamento à poliomielite no país, que está em fase de transição para substituir as duas doses da vacina oral poliomielite (VOP) para apenas um reforço com a vacina inativada poliomielite (VIP). A partir do segundo semestre de 2024, o esquema vacinal e a dose de reforço serão feitos exclusivamente com a VIP.
Então, ao promover a campanha, a criança que chega no posto de saúde ou na UBS, passa por uma avaliação. Um exemplo, é de uma criança menor de um ano que é trazida para vacinar na campanha da VOP, a gotinha. Por não ter o esquema primário de vacinação, que são as três doses da VIP, a criança vai completar essas doses, e vai ser feito o agendamento da dose da VOP, como explicou Ligiane. “Então de qualquer forma ela não perde essa oportunidade de vacinação”.
Ligiane afirma que o DF, assim como o Brasil todo, investiu em uma intensificação dos planos de imunização. “A gente intensificou mais as ações feitas de vacinação, e tiramos a vacinação da UBS, quando vimos que a população ficava com dificuldade de ir até o DF por vários fatores”. Como Ligiane comenta, foram feitas ações “extra-muros”, que são ações em escolas, em shoppings, em feiras, locais de grande movimentação, para chamar a atenção da população. Assim, não só as crianças são vacinadas, mas os adultos também. “A gente tenta que essas ações aumentem a cobertura vacinal”.
A exemplo disso, Ligiane cita que o Ministério da Saúde, em 2023, promoveu o movimento de vacinação nacional com o monitoramento de vacinação estratégico. “Onde as equipes da UBS foram para as casas para ver como é que estava o calendário vacinal das crianças, com a oportunidade de vacinar na hora, ou de ser encaminhada para a UBS”. O objetivo final de todas as ações de campanhas de vacinação, é o de aumentar a cobertura vacinal. “E do ano passado de 2022 para 2023, ocorreu um leve acréscimo da cobertura vacinal. O que já foi um efeito positivo perante essas ações que foram feitas”.
O Brasil não registra casos de poliomielite desde 1989 e, cinco anos depois, em 1994, recebeu a certificação de área livre de circulação do poliovírus selvagem. Entretanto, a Comissão Regional para a Certificação da Erradicação da Poliomielite na Região das Américas (RCC), em 2023 classificou o país com alto risco para a reintrodução do poliovírus.
São 124 salas das unidades básicas de saúde do DF, que estão abastecidas com a vacina contra poliomielite disponível. Os endereços de cada unidade estão no site da SES DF.
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