Cabrini estreia nos cinemas nesta quinta-feira (28/11) e conta a história de Francesca Cabrini, a Padroeira dos Imigrantes, que chegou a Nova York em 1889 e enfrentou a desigualdade social e da falta de assistência para os vulneráveis nos Estados Unidos.
O filme é estrelado pela atriz italiana Cristiana Dell’Anna, grande destaque da produção. Interpretando a freira Cabrini, a artista tem uma atuação excelente. Ela consegue entregar uma personagem que é teimosa, ousada e determinada a cumprir seus objetivos, independentemente dos obstáculos que apareçam pelo caminho.
O filme é dirigido por Alejandro Monteverde, o mesmo responsável pelo filme Som da Liberdade, que trazia a questão do tráfico sexual de crianças. Assim como no anterior e polêmico filme, em Cabrini, o cineasta utiliza a questão da fé e das classes sociais como temáticas principais, mas de uma forma muito mais honesta e bem representada.
A mensagem passada pelo filme, apesar de estar estabelecida em séculos passados, continua atual e pode ser adaptada para diferentes contextos sociais. Além disso, quando falamos da parte estética, visual e musical do longa, os aplausos são necessários. A trilha sonora é muito boa e as cenas são bem produzidas, com muita beleza envolvida, até mesmo naquelas mais dolorosas.
Apesar de 2h20 de tela parecerem muita coisa, a minutagem é necessária pela poderosa profundidade de ideias apresentada pelo filme. É interessante entender todos os esforços feitos pela freira Cabrini, uma italiana, com inglês precário, na gigante Nova York, em uma época na qual as mulheres não tinham voz e eram submissas às ordens de poderosos homens.
A verdade é que Cabrini é capaz de chamar atenção até mesmo de quem não é ligado à religião ou às causas sociais, muito por retratar uma realidade vivida por várias gerações, culturas e pessoas ao longo dos séculos. O ponto negativo é que o fim do filme não tem um impacto tão grande, mas é uma produção bem executada, bonita, com um drama de respeito e excelente atuação da protagonista.