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Defesa de Torres nega interferência de ex-ministro na PRF

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O advogado de Anderson Torres, Eumar Novacki, negou que o ex-ministro tenha interferido nas operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF). A declaração ocorreu, na manhã desta sexta-feira (12/5), em coletiva de imprensa no escritório da defesa, no Lago Sul.

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Na segunda-feira (8/5), o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública do governo de Jair Bolsonaro (PL) prestou depoimento à Polícia Federal (PF) por mais de duas horas sobre a atuação da PRF no segundo turno das eleições presidenciais, em 30 de outubro de 2022.

Na data, policiais rodoviários fizeram bloqueios e blitze que afetaram a chegada de eleitores aos locais de votação, durante a disputa entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o então presidente Jair Bolsonaro. Os investigadores suspeitam de que a corporação tenha prejudicado deslocamentos em redutos eleitorais do petista para interferir no resultado do pleito.

À época, Anderson Torres era ministro da Justiça e Segurança Pública; portanto, tinha a PRF sob a alçada da pasta. As investigações apuram se ele teria pedido apoio da Polícia Rodoviária Federal para os bloqueios montados no segundo turno das eleições de 2022.

“O ministro Anderson Torres deixa claro que cabia às corporações o planejamento operacional. E isso sempre foi assim. O ministro da pasta não interfere diretamente no operacional das instituições. Essa postura, ele vai manter até o fim”, reiterou Novacki.

Em 30 de outubro, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, havia proibido que a PF e a PRF fizessem qualquer operação que envolvesse o transporte público disponibilizado a eleitores, gratuito ou não, sob pena de responsabilização criminal.

Ainda assim, policiais pararam ônibus, o que atrasou a chegada de eleitores aos locais de votação. Só após uma operação do TSE, com reuniões entre Moraes e o então diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, os veículos foram liberados.

R$ 3 milhões para fazer blitze

Na última segunda-feira (8/5), documentos divulgados pela imprensa revelaram que Torres esteve na Bahia dois dias antes do segundo turno. Além disso, o Ministério da Justiça, já sob o comando de Lula, divulgou que a PRF recebeu aditivo de R$ 3 milhões especificamente para a realização de blitze em 30 de outubro.

Um relatório mostrou que a PRF fiscalizou 2.185 ônibus no Nordeste, região onde o então candidato Lula liderava em intenções de voto, e 571 ônibus em áreas onde Bolsonaro estava na dianteira. Em 19 de abril, a PRF decidiu reabrir a investigação sobre o trabalho dos policiais no dia das eleições.

A corporação informou que “o surgimento de fatos novos, apresentados por outros órgãos públicos e veículos de imprensa, além da existência de lacunas técnicas no decorrer do processo apuratório, motivaram a anulação do pedido de arquivamento”.

Assista à entrevista da defesa de Anderson Torres:

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