A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) ignora a carta do Carrefour com pedido de desculpas por ter criticado a carne brasileira e do Mercosul e quer avançar com a proposta que proíbe o Brasil de fechar acordos internacionais com cláusulas ambientais que prejudiquem a exportação de produtos brasileiros.
Na avaliação de integrantes da bancada ruralista, é preciso usar o momento de “crise da imagem das carnes” para fazer a proposta avançar. O grupo tem a chancela do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que é membro da frente e foi a reunião desta terça.
O projeto em questão é o Projeto de Lei (PL) nº 1.406/2024, que propõe que o governo brasileiro só deve assinar novos acordos comerciais com países signatários com cláusulas ambientais semelhantes.
O plano acordado na reunião da FPA é o que o texto seja votado o mais rápido possível pelo plenário da Câmara. A urgência para que o projeto não precise passar por outras comissões deve ser votada ainda nesta terça. O relator da proposta será o deputado Zé Vitor (PL-MG).
No encontro, Lira disse que a carta do Carrefour foi “muito fraca”. Para o alagoano, a carta não ameniza o “estrago de imagem que produziu”.
O presidente da Câmara também disse que a França não é “um parceiro atraente” para o Brasil.
“A coisa mais correta nesse momento é combater a desinformação que deve ser crescendo por parte desse protecionismo que é burro. Porque, no que diz respeito as nossas commodities principais, a França não é um parceiro atraente para o Brasil. Não vai modificar em nada a vida dos produtores das exportações brasileiras. Qualquer falta de vontade dos franceses em contato com o produto brasileiro”, declarou.
Outra a comentar o episódio com o Carrefour, a senadora Teresa Cristina (PP-MS), disse no encontro da FPA que as críticas a carne do Brasil é “descabida” e “infeliz”.