A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e a Polícia Federal (PF) mapearam empresas usadas por traficantes para lavar dinheiro. A “lavanderia do tráfico” foi descoberta por policiais da Coordenação de Repressão às Drogas (Cord).
A investigação, que contou com apoio de áreas de inteligência financeira, apurou que uma empresa fictícia, a LEX Assessoria, recebeu valores expressivos da Sousa Construtora, que, por sua vez, realizou transações financeiras com diversas outras empresas que estavam interligadas entre si.
Duas dessas companhias foram alvo da Operação Fluxo de Capital, deflagrada pela Polícia Federal em 3 de fevereiro de 2022 e que desarticulou uma organização criminosa que lavou R$ 4 bilhões do tráfico. O grupo agia por meio de movimentações milionárias, com a utilização de “laranjas”, empresas de fachada e contadores.
“Cabeça Branca”
A lavanderia também agiu para a quadrilha de Luiz Carlos da Rocha, conhecido no mundo do crime como “Cabeça Branca”, preso em 2017 no âmbito da Operação Spectrum.
Ele comandava um esquema transnacional especializado no tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro. Segundo a PF informou à época, a quadrilha “era responsável pela introdução de 5 toneladas de cocaína por mês em território nacional com destino final ao exterior e Brasil”.
Traficante Cabeça Branca, preso em 2017 pela PF
Alvo de várias investigações, tanto da PF quanto da PCDF, o criminoso fugiu por mais de 30 anos da polícia e criou um patrimônio bilionário.
O narcotraficante, atualmente com 63 anos e mais de 100 anos de pena a cumprir, utilizava tintura no cabelo, fazia cirurgias plásticas para não ser preso pela polícia.
Quando Cabeça Branca morava em Londrina, no Paraná, por volta dos anos 80, ele era responsável pelo transporte de café ilegal para o Paraguai. Os contrabandistas já aproveitavam a logística disponível para realizar o tráfico de cocaína dos países andinos.
O narcotraficante foi preso no município de Sorriso, em Mato Grosso, em 2017. Os bens do criminoso, avaliados em mais de R$ 1 bilhão no Brasil, estão bloqueados pela Justiça. A estimativa é que o megatraficante tenha mais patrimônio que se aproxima de R$ 300 milhões no Paraguai.
Fluxo
A análise das comunicações realizada pelos investigadores indica que as empresas da “lavanderia” atuam como parte de um mesmo esquema que movimentou bilhões de reais do crime organizado e do tráfico de drogas no Brasil.
As transações ilícitas envolviam uma série de práticas, como o uso de várias empresas de fachada e pessoas interpostas para ocultar a origem dos recursos e facilitar a lavagem de dinheiro.
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