Goiânia – A camareira Débora Barros dos Santos, de 26 anos, investigada por fingir que tinha leucemia para aplicar golpes, recebeu, ao menos, R$ 12 mil em doações. De acordo com a Polícia Civil, cerca de 100 pessoas que trabalhavam com a mulher participaram de uma rifa, feita por ela, no valor de R$ 25. Ela também recebeu diversas doações de pessoas próximas e familiar. Ela pedia contribuições em dinheiro para a suposta realização de exames, tratamentos e custeio de remédios.
A polícia investiga o caso em Pirenópolis, no Entorno do Distrito Federal. De acordo com o delegado responsável pela apuração, Tibério Cardoso, a expectativa é de que os valores sejam ainda mais altos. Segundo ele, outras pessoas que participavam de outros núcleos de convivência de Débora, além dos colegas de trabalho, participaram das campanhas para ajudá-la no suposto tratamento.
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“Só um jardineiro que trabalhava com ela, conseguiu uma doação com vizinhos de R$ 750. Ela também conseguiu doações da família do namorado, de pessoas próximas, familiares, valores individuais que chegavam a R$ 3 mil”, contou o delegado, ao Metrópoles.
Conforme o investigador, as testemunhas estão sendo ouvidas aos poucos. Até o momento, cerca de 14 pessoas já prestaram depoimento. “Como não houve flagrante, ela [Débora] não está presa. Vamos ouví-la por último. A informação que tivemos é que ela teve alta médica na última sexta-feira (30/12), mas vamos oficiar o hospital para saber das condições da internação”, detalhou Cardoso.
Sangue falso
Para sensibilizar os colegas de trabalho, Débora usava fotos com sangue falso, além de imagens com curativos. No entanto, segundo o delegado, médicos analisaram as fotos e afirmaram que se trata apenas de uma substância avermelhada. “Opiniões médicas já afirmaram que o sangue é falso. Mas enviamos para a perícia para uma análise mais aprofundada”, revelou.
Mesmo sensibilizados, muitos colegas de trabalho da camareira desconfiaram do comportamento dela, até que um deles denunciou o caso à polícia. Três amigas de Débora chegaram a fazer tatuagens em homenagem à colega doente.
Débora dizia aos colegas que fazia o tratamento acompanhada de uma amiga, que ninguém conhecia. Ao Metrópoles, o Cardoso disse acreditar que esse personagem também seja uma invenção de Débora, já que ela não consegue dar informações sobre a mulher. Ainda segundo o delegado, a mulher nunca apresentou diagnósticos ou exames que comprovassem a leucemia.
A camareira alegava ainda que realizava que o tratamento contra o suposto câncer era feito em um hospital que ela não é paciente. Em depoimento, as testemunhas falaram que a jovem alegava fazer o tratamento no Hospital Araújo Jorge, em Goiânia. Porém, o hospital informou que Débora nunca foi paciente da unidade.
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