As investigações da Polícia Federal (PF) acusam o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de ter planejado e atuado de forma efetiva em trama que buscaria impedir a chegada de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência do Brasil.
“Os elementos de prova obtidos ao longo da investigação demonstram de forma inequívoca que o então presidente da República, JAIR MESSIAS BOLSONARO, planejou atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva dos atos executórios realizados pela organização criminosa que objetivava a concretização de um Golpe de Estado e da Abolição do Estado Democrático de Direito, fato que não se consumou em razão de circunstâncias alheias à sua vontade”, diz um trecho do relatório da PF, liberado nesta terça-feira (26/11).
A investigação já vinha buscando apontar que Bolsonaro tinha conhecimento sobre a suposta trama golpista. Entre outras coisas, o ex-presidente teria redigido, ajustado e “enxugado” a chamada “minuta do golpe”, que abriria espaço para uma intervenção no Poder Judiciário com o objetivo de impedir a posse de Lula.
Ao lado de outros 36 nomes, incluindo 25 militares, Bolsonaro foi indiciado por abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. O plano incluia até mesmo a possibilidade de assassinar Lula, Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes.
Bolsonaro nega as acusações da PF e diz que só estudou medidas “dentro das quatro linhas da Constituição”.
O relatório final foi enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que deve emitir um parecer sobre a consistência das provas para denunciar, ou não, os investigados.