A Itália caminha para aumentar a cobrança na taxa de solicitação de cidadania daquele país. Estão em discussão medidas que sobem o valor da cobrança para o pedido e também alteram a forma de pagamento do serviço.
Atualmente, para abrir um processo de cidadania, é cobrada uma taxa de 545 euros (cerca de R$ 3,5 mil), que pode ser divida entre membros de uma família. Com a mudança, o valor passa para 600 euros (R$ 3,9 mil) por pessoa, ou seja, não pode mais ser rateado.
A proposta passou na Comissão Orçamentária do Parlamento da Itália na terça-feira (18/12). Agora, ela segue para apreciação no plenário dos deputados. Se passar vai para os senadores e, na sequência, à sanção presidencial.
Membro da consultoria 4U, que auxilia pessoas que tentam a cidadania do país, Rafael Gianesini explica ao Metrópoles que o texto tem 99% de chance de aprovação nas votações a que será submetido.
“Todas (medidas) que seguem (para o plenário), a probabilidade de serem aprovadas é 99,99% de chance. Tanto é que todos já estão considerando essa taxa como aprovada (…). E, depois da comissão de orçamento, você não consegue mais mudar o texto”, explica para demonstrar que não deve haver revisão no valor.
A taxa que deve passar a ser de 600 euros é utilizada para o ingresso de ações para conseguir a cidadania italiana, mas também para vários outros tipos de protocolo.
A via judicial para conseguir a cidadania italiana é, diz Gianesini, a mais breve para o processo, com tempo médio de 2 anos. Por este motivo, muitas pessoas se esforçam para pagar o valor junto com as custas de assessoramento. Também pode ser solicitada a cidadania italiana por meio do Consulado, em um processo menos custoso, mas é um processo mais demorado.
“A medida vai, na prática, elitizar o processo de solicitação de cidadania. Porque hoje é possível dividir o valor quando duas ou três pessoas rateiam a taxa”, afirma Gianesini.