A falha nos airbags da marca Takata resultou na oitava vítima fatal no Brasil. Eurides Ferreira Lopes, de 37 anos, faleceu em Rio Verde (GO), após seu Honda Civic colidir com outro veículo, na última quinta-feira (12/12).
O dispositivo de segurança, em vez de protegê-lo, lançou estilhaços metálicos que atingiram seu pescoço, conforme informações da Polícia Científica. Eurides morreu na hora.
O defeito está no insuflador do airbag, que, ao ser acionado, pode se romper e projetar fragmentos metálicos a até 320 km/h contra os ocupantes do veículo. No Brasil, aproximadamente cinco milhões de carros foram convocados para recall visando a substituição gratuita desses airbags defeituosos.
Contudo, cerca de metade dos proprietários não atenderam ao chamado, incluindo o veículo envolvido no acidente fatal.
Posicionamento da Honda
A Honda, fabricante do automóvel, lamentou o ocorrido e afirmou estar tentando contato com os proprietários dos veículos afetados pelos recalls do airbag. “A Honda lamenta profundamente o ocorrido e permanece à disposição das autoridades. A empresa esclarece que, até o momento, não tinha conhecimento do ocorrido”, esclareceu, em nota.
“A Honda continua a convocar proprietários de veículos afetados pelos recalls do insuflador de airbags Takata por diversos meios de contato, inclusive cartas direcionadas aos proprietários, solicitando aos clientes dos modelos envolvidos que levem, com urgência, seus veículos a uma concessionária autorizada para a substituição do insuflador”, continua a nota.
Airbags Takata
Os airbags da Takata utilizam nitrato de amônio para inflar. Embora o nitrato seja relativamente estável, a exposição prolongada ao calor e à umidade pode comprometer sua integridade. A montagem defeituosa permite a infiltração de umidade, corroendo componentes metálicos que, ao se romperem durante a ativação do airbag, transformam-se em projéteis letais.
Diversas montadoras utilizaram os airbags da Takata nas primeiras décadas dos anos 2000. Após o registro de fatalidades, inúmeros recalls foram emitidos globalmente.
No Brasil, 15 marcas de automóveis foram envolvidas nesses recalls, incluindo Toyota, Honda, Nissan, Fiat-Chrysler, Mitsubishi, Mercedes-Benz e BMW.