A presidência brasileira da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima lançou uma carta, nesta segunda-feira (10/3), em que traz a visão e os objetivos à frente a cúpula, que será realizada em Belém (PA), em novembro. No documento, o Brasil pede que países deixem de lado “a inércia, o individualismo e a irresponsabilidade”, reforça necessidade do multilateralismo, e convoca um “mutirão global” contra a mudança do clima.
“A COP30 será a primeira a ocorrer indiscutivelmente no epicentro da crise climática e a primeira a ser sediada na Amazônia, um dos ecossistemas mais vitais do planeta e que, de acordo com os cientistas, agora corre o risco de ponto de inflexão irreversível”, alerta a carta assinada pelo presidente da COP30, o embaixador André Corrêa do Lago.
“A mudança é inevitável – seja por escolha ou por catástrofe. Se o aquecimento global não for controlado, a mudança nos será imposta, ao desestruturar nossas sociedades, economias e famílias”, completa.
O documento também reitera a importância de colocar em prática os termos do Acordo de Paris e avançar na implementação das propostas.
“Em vista da urgência climática, precisamos de uma ‘nova era’ para além das negociações: devemos ajudar a colocar em prática o que foi acordado. Devemos puxar de forma decisiva as alavancas de nossos processos, mecanismos e órgãos para alinhar os esforços dentro e fora da UNFCCC aos objetivos de longo prazo do Acordo de Paris relativos a temperatura, resiliência e fluxos financeiros”.
Financiamento
A carta ainda apela para que os países reforçem as ações de financiamento contra a mudança do clima de forma a atingir a meta de US$ 1,3 trilhão por ano até 2025.
“A presidência da COP30 reitera o apelo a todos os atores para que trabalhem juntos a fim de possibilitar o aumento do financiamento às Partes que são países em desenvolvimento para a ação climática a partir de todas as fontes públicas e privadas para pelo menos US$ 1,3 trilhão por ano até 2035″.