O professor que utilizou a mesma agulha em mais de 40 alunos de uma escola pública em Laranja da Terra, na região Serrana do Espírito Santo, precisou deixar o local por medo de represálias por parte dos pais, segundo a polícia. O caso ocorreu na última sexta-feira (15/3) e todos os estudantes precisaram ser hospitalizados após a aula.
Segundo a Polícia Militar do Espírito Santo (PMES), a corporação tomou conhecimento do caso após o pai de uma aluna ter denunciado que o docente realizou testes de verificação de tipo sanguíneo nos estudantes, utilizando o mesmo objeto em todos.
Em nota, a PMES informou que o professor utilizou apenas álcool 70% nas mãos dos alunos antes de realizar a perfuração, além de utilizar a mesma lanceta para todos. Os agentes se mobilizaram até a unidade de saúde – onde a diretora da escola estava presente – e acionaram a Secretaria de Saúde do município.
O professor não havia sido localizado pela polícia até a finalização da ocorrência. “Segundo a diretora, ele deixou o local por medo de represália por parte dos pais”, disse a PMES.
Após o ocorrido, todos os 44 alunos, com idades entre 16 e 17 anos, precisaram ser hospitalizados. Na ocasião, eles participavam de uma aula de práticas experimentais sobre observação de células sanguíneas, realizada pelo professor de química.
Professor demitido e testes realizados
Segundo a Secretaria de Educação (Sedu), todos os alunos estão bem e frequentando as aulas normalmente. Todos os estudantes foram submetidos a testes rápidos de diagnóstico de infecção, com resultados negativos para todas as doenças testadas.
Além disso, na manhã desta terça-feira (18/3), os adolescentes realizaram testes complementares para testar a imunidade contra hepatite B e C. Segundo o órgão, a aula foi ministrada sem a devida autorização da coordenação pedagógica.
Ainda em nota, a Sedu informou que o contrato com o professor foi encerrado e o caso será designado para a corregedoria da pasta. Os alunos realizarão novos testes em 30 dias.
Segundo a Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), o caso seguirá sob investigação da Delegacia de Polícia de Laranja da Terra e, no momento, não serão divulgados detalhes da investigação.