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Tarifas de Trump: EUA fizeram operação parecida em 1929. Veja como foi

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A quebra da Bolsa de Nova York, em 1929, foi um dos grandes marcos do século pasasado. O fato levou à grande recessão e teve implicações para os norte-americanos e também para outros países. Ficou na história a operação executada pelos Estados Unidos para tentar proteger a economia deles: a imposição de taxas a outros países. Apesar de a história parecer se repetir agora, com o “tarifaço”  promovido pelo presidente Donald Trump, a história revela contextos distintos.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impôs tarifa mínima de 10% a 117 parceiros econômicos. Após isto, os países afetados com alíquotas maiores retaliaram com tarifas contra produtos norte-americanos. Depois de um terremoto nos negócios globais em bolsa, que afetou a credibilidade dos títulos americanos, Trump recuou temporariamente e suspendeu as alíquotas, ficando em vigência a básica, de 10%. Isso acalmou um pouco os ânimos dos mercados, mas vale apenas por 90 dias.


O que está acontecendo

  • No dia 2 de abril, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deflagrou uma guerra tarifária na tentativa de reduzir o déficit comercial.
  • A medida, prometida durante a campanha eleitoral, é defendida por Trump como um meio de atrair indústrias, gerar empregos e e enriquecer o país.
  • O “tarifaço” teve com consequência a perda de valor de empresas, inclusive norte-americanas, em bolsas de valores e atrapalhou as intenções de Trump.

Principal alvo do confronto tarifário, a China retrucou com tarifas em idas e vindas entre os dois países até que os índices superassem os 100%. Os chineses não serão beneficiados pela retirada das tarifas superiores a 10%.

O pesquisador do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (Irel/UnB), Vitor dos Santos Bueno explicou ao Metrópoles que, antes da quebra de 1929, os Estados Unidos experimentavam um momento diferente do de agora, com intensa ascensão e aumento do consumo. Àquela época, os EUA respondiam por 30% da economia mundial.

“Era um momento que, ainda que os Estados Unidos estivessem um tanto quanto fechados, tinha muito desenvolvimento industrial e boa parte da população estava começando a ter uma sensação econômica social ali dentro”, cita o pesquisador.

Em um mundo menos acelerado do que o de hoje, com cerca de 70 países, menor circulação de mercadorias e de pessoas, os impactos das mudanças tendiam a ser diferentes. Foi quando dois congressistas norte-americanos emplacaram a Lei Smoot-Hawley. O texto aplicou uma tarifa de 20% sobre 20 mil produtos que eram importados pelos Estados Unidos.

Naquele momento, pós-Primeira Grande Guerra, a economia norte-americana ainda não ocupava o posto de maior do mundo, mas havia se beneficiado de ter abastecido o mundo com a produção industrial uma vez que a Europa centrava as energias no confronto bélico. A Inglaterra era a maior potência naquele momento.

“A partir do momento em que os Estados Unidos impõem tarifas de importação, afetar principalmente os parceiros da Europa e eles retalham de volta. Começa uma escalada tarifária, que é muito  parecida com o que acontece hoje em dia. E aí um detalhe importante: esses 20% colocados são o dobro da tarifa mínima que a gente tem hoje em relação a todos os outros países”, lembra Bueno.

Como consequência das tarifas, aplicadas a partir de 1930, ano da Lei Smoot-Hawley, explica o pesquisador, o Canadá também impôs tarifas aos produtos dos Estados Unidos e procurou novos mercados. O país ainda se aproximou do Império Britânico em âmbito comercial.

“Quando os Estados Unidos colocaram 20% de tarifa, outros países colocaram 20% em cima dos Estados Unidos, fazendo com que cada vez ficasse mais cara a escala de produção ali dentro, gerando mais desemprego, gerando crise naquele momento”, afirma Bueno.

Diferenças

Se há semelhanças do que Trump faz agora com o que ocorreu no passado, Bueno também destaca diferenças. Os EUA pós “Crash de 1929” estavam em recessão, enquanto hoje vivem um ambiente caracterizado como de estabilidade ou recuperação pós-pandemia da Covid-19.

Se a imposição de tarifas após a recessão de 1929 teve como origem uma lei, o movimento atual teve como origem ordens diretas de Trump.

O economista Aurélio Troncoso, pesquisador do Centro de Pesquisas da Unialfa, considera que os momentos dos Estados Unidos de 1929 e o de agora apresentam diferenças importantes. Ele não vê um risco de grande rescessão global.

“O grande problema na crise de 1929 foi que você tinha produto, (mas) você não conseguia exportar esse produto. E as pessoas dentro do país não tinham dinheiro para comprar. Os Estados Unidos abriram frentes de trabalho e, depois disto, cresceram por praticamente 30 anos”, explica Troncoso.

E o Brasil?

O economista entende que a disputa entre Estados Unidos e China pode abrir oportunidades de negócios para alguns países. “O Brasil é um deles. Ele vai se favorecer. Se a China não pode vender para os Estados Unidos, ela vai vender para o Brasil. O Brasil está privilegiado nessa situação”, considera.

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