A Região Nordeste teve o maior crescimento da renda do trabalho no Brasil em 2024, com crescimento de 13%, quase o dobro da média nacional, que foi de 7,1% no período. Os dados são da Fundação Getulio Vargas Social (FGV Social).
A pesquisa também aponta redução das desigualdades na região, com os maiores avanços concentrados entre grupos historicamente excluídos, como trabalhadores com baixa escolaridade.
Entre os estados que mais tiveram crescimento, os quatro primeiros são nordestinos: Sergipe (32,47%), Pernambuco (19,78%), Bahia (19,42%) e Paraíba (18,62%), seguidos por Tocantins (17,71%), da região Norte. Oito estados do Nordeste, dos nove que compõem a região, estão entre os 10 primeiros.
“É uma marca de um crescimento forte no Nordeste, que voltou a acontecer na renda do trabalho que é estrutural”, disse o economista Marcelo Neri, pesquisador responsável pelo estudo. “A região não apenas cresceu mais, mas distribuiu melhor esses ganhos, especialmente na base da pirâmide social”, completou.
Inclusão social
- Além do crescimento acima da média, o estudo da FGV Social aponta para um movimento de inclusão social no mercado de trabalho.
- Grupos historicamente marginalizados, como pessoas com pouca instrução, negros e mulheres, registraram ganhos de renda mais significativos.
- “O grupo que teve maior ganho de renda em 2024 foi o grupo sem instrução. Foi esse tipo de padrão que a gente observava no Brasil, por exemplo, até 2014, que era essa face humana da redução da desigualdade”, explicou Neri.
O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, destacou que investir na qualificação profissional e na inclusão socioeconômica é essencial para superar a pobreza e alcançar uma vida digna.
“Quando qualificamos e incluímos pessoas, não estamos só tirando elas da pobreza – estamos devolvendo sonhos, dignidade e o direito de escrever seu próprio futuro. Essa é a base para um Brasil mais justo e desenvolvido”, afirmou.