O vice-presidente da República, general Mourão, publicou instantes atrás uma nota onde faz uma dura crítica contra o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e também uma convocação da direita para combater a “esquerda revolucionária”. Leia a íntegra, abaixo:
“Vive-se hoje, nacionalmente, uma polêmica justificada em função da questão da confiabilidade das urnas eletrônicas e das ações contundentes e exacerbadas do TSE. O recente recurso do PL, protocolado mais de 20 dias depois da proclamação oficial dos resultados das eleições, não dá ao TSE o direito de rejeitá-lo peremptoriamente e extrapolar, mais uma vez, por intermédio de multa absurda e inclusão dos demandantes do inquérito notadamente ilegal.
Supressão discricionária do direito de recorrer e sanções desproporcionais configuram vingança, tudo o que o país não precisa neste momento. Some-se a este estado de coisas a foto do Presidente do TSE ladeado por alguns Comandantes da PM, materializando o ápice do autoritarismo e ferindo de morte o Pacto federativo.
Hoje, rumamos para um precipício. Assim, é chegada a hora da direita conservadora se organizar para combater a esquerda revolucionária. Necessário é reagir com firmeza, prudência e conhecimento; dentro dos ditames democráticos e constitucionais, para restabelecer o Estado Democrático de Direito no Brasil”, conclui a nota.
Essa não é a primeira grave manifestação do vice-presidente. Em outro comunicado, também esta semana, Mourão já havia criticado o ministro Moraes, mas sem fazer referência direta a ele, o que mostra que a nota atual, desta quinta-feira, significa uma escalada na tenção entre os poderes.
“Vive-se hoje no Brasil, infelizmente, uma violação do Pacto Federativo, perpetrada pela mais alta instância do Judiciário. Ações inconstitucionais e ilegítimas são adotadas de maneira monocrática, atacando a autonomia federativa”, disse Mourão na outra ocasião.