A esdrúxula narrativa imposta pela cineasta Petra Costa em “Democracia em Vertigem”, não é sem razão.
Petra Costa – Sua mãe, Marina Andrade, herdeira da Construtora Andrade Gutierrez, como se sabe, envolvida até o pescoço na bandalheira protagonizada pelos governos petistas, hospedou Lurian Cordeiro Lula da Silva, a filha de Lula, em Paris.
A pomposa morada oferecida a Lurian na Cidade Luz perdurou por um longo período, oito meses.
A revelação de tal fato, feita pela ‘insuspeita’ Folha de S.Paulo, denota uma relação de extrema intimidade.
Assim, parece óbvio que Petra não é a pessoa ideal para narrar a história e todas as falcatruas da era PT.
A família da cineasta Petra, diretora do documentário ‘Democracia em Vertigem”, tem ligações antigas com a do ex-presidente Lula da Silva.
Sua mãe, Marília Andrade, que é retratada no filme, abrigou Lurian Cordeiro Lula da Silva, filha de Lula, em uma temporada de oito meses em Paris, em 1992. Marília, herdeira da construtora Andrade Gutierrez, foi militante de esquerda durante a ditadura militar e é próxima ao PT.
Na época, Marília tinha um relacionamento amoroso com Luís Favre, militante de esquerda franco-argentino que depois viria a ser casado com Marta Suplicy, ex-prefeita de SP
Lurian havia sido pivô de um dos episódios mais controversos da eleição presidencial de 1989, quando sua mãe, Miriam Cordeiro, disse durante a campanha que Lula havia pedido que ela interrompesse a gravidez. O ex-presidente sempre negou essa versão.
Em 2009, entrevistada pela coluna Mônica Bergamo, da Folha, Lurian se referiu a Marília como “uma figuraça”. “Falaram que eu vivi às custas da Andrade… Nada a ver. Eu trabalhei de baby sitter lá”, disse.
Na mesma entrevista, Lurian também negou uma informação de que a amiga teria pago uma cirurgia nos seios. “Nada a ver. Eu tinha displasia mamária, e a Marília me apresentou o médico da prima dela, só isso.”
Nos anos 1990, a ligação de Lula com a herdeira da Andrade Gutierrez foi explorada por seus adversários políticos em campanhas eleitorais e gerou críticas inclusive dentro do PT, que na época tinha setores bastante críticos às empreiteiras.
Surgem em “Democracia em Vertigem” imagens de impacto dos protestos de junho de 2013; do impeachment da presidente Dilma, em 2016; da prisão do ex-presidente Lula, em 2018; e da vitória de Jair Bolsonaro (PSL) na disputa para o Palácio do Planalto, também em 2018.