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Adolescência, série da Netflix, expõe riscos do abandono emocional

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Entre as séries mais comentadas das últimas semanas, Adolescência, da Netflix, provocou vários debates nas redes sociais. A temática da produção, que aborda o quanto jovens garotos são influenciados por discursos misóginos e radicais nas redes sociais, também foi muito discutida, especialmente por especialistas.


Sobre o que Adolescência fala


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Adolescência, da Netflix

Adolescência, da Netflix
Adolescência, da Netflix
 Stephen Graham como Eddie Miller, Owen Cooper como Jamie Miller, em Adolescência
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Stephen Graham como Eddie Miller em Adolescência

Ben Blackall/Netflix

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Adolescência, da Netflix

Divulgação/Netflix

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Adolescência, da Netflix

Ben Blackall/Netflix

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Adolescência, da Netflix

Divulgação/Netflix

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Stephen Graham como Eddie Miller, Owen Cooper como Jamie Miller, em Adolescência

Divulgação/Netflix

Para o neurocientista e pós-PhD Fabiano de Abreu Agrela, a série expõe o risco do “transtorno derivado do excesso de redes sociais”, onde jovens podem ser expostos a uma série de conteúdos de teor preconceituoso e violento.

“Jamie não apresenta uma psicopatologia clássica como sociopatia ou bipolaridade. O que se vê é um perfil marcado por impulsividade, alternância de humor e necessidade de dominância como tentativa de compensar uma profunda insegurança afetiva”.

Em muitos casos, segundo o especialista, essas questões de Jamie seriam fruto de um ambiente onde existe uma falha na atenção emocional parental. Ou seja, a capacidade dos pais de validar e regular as emoções dos filhos desde a infância.

Owen Cooper como Jamie Miller, Stephen Graham como Eddie Miller, em Adolescência

Além disso, Fabiano destaca como a série exemplifica o “transtorno derivado do excesso de redes sociais”. Isso porque, apesar de ainda não ser um diagnóstico oficial, os sintomas identificados com o transtorno são recorrentes.

“Ansiedade social, dependência de validação externa, empobrecimento da empatia e aumento da reatividade emocional. Tudo isso se agrava em adolescentes que não tiveram uma base segura de afeto e regulação emocional”, frisa o neurocientista.

Segundo o especialista, os jovens constroem a identidade na fase da adolescência com base em espelhamento emocional e limites afetivos. Mas, quando não têm isso, eles vão em busca de “pertencimento”, mesmo que venha de grupos que propagam ódio, misoginia e violência como formas de compensar insegurança.

Estamos diante de uma crise emocional geracional, onde o abandono não é físico, mas afetivo. E as redes sociais, quando não mediadas por adultos conscientes, funcionam como verdadeiros aceleradores de traços disfuncionais”, destaca Fabiano.

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