Após a descoberta de duas aves mortas com suspeita de gripe aviária no Zoológico de Brasília, a Secretaria de Agricultura (Seagri) começou uma operação de inspeção nas propriedades rurais dentro de um raio de 3 km ao redor do parque.
Segundo a secretaria, “as equipes técnicas estão verificando a saúde dos animais e orientando os produtores sobre sinais clínicos compatíveis com doenças aviárias, além de reforçar a importância da notificação imediata em caso de algum sinal suspeito”.
O Zoo está fechado preventivamente desde essa quarta-feira (28/5). Os dois animais, um pombo e um irerê, eram de vida livre e não faziam parte do plantel do parque.
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A pasta mobilizou uma força-tarefa para a vigilância da região ao redor do Zoo. Ela irá oferecer orientação direta aos criadores e atuar de forma preventiva.
De acordo com a Seagri, além das visitas às propriedades, estão sendo inspecionadas lojas que comercializam aves vivas, com suporte técnico aos lojistas.
“A operação também inclui o uso de drones para sobrevoos em unidades de conservação, incluindo o próprio Zoológico e o Jardim Botânico, com o objetivo de identificar possíveis animais com sintomas”, informou.
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“Termo de interdição por suspeita de ocorrência de influenza aviária” colado no vidro da bilheteria do Zoológico de Brasília
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Funcionários passam a usar máscaras após suspeita de gripe aviária no Zoo de Brasília
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Seagri-DF acompanha o caso
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Zoológico de Brasília é fechado por suspeita de casos de gripe aviária
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As amostras biológicas coletadas pelas equipes seguem nesta quinta-feira para o laboratório do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), responsável pela análise diagnóstica.
O Zoológico foi temporariamente interditado. De acordo com a pasta, as medidas preventivas seguem o Plano Integrado de Emergência em Influenza Aviária do DF e visa garantir a segurança sanitária e conter rapidamente qualquer possível foco confirmado de influenza aviária.
A Seagri ressaltou que, até o momento, não há motivo para alarme, pois não há confirmação da doença. Ainda assim, a secretaria recomenda que a população evite manusear aves doentes e comunique caso identifique qualquer comportamento anormal nos animais.
Gripe aviária
- O Brasil está investigando 11 casos suspeitos de gripe aviária, de acordo com o balanço mais recente divulgado nessa terça-feira (27/5) pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
- Segundo o Mapa, está sendo investigada uma nova suspeita de gripe aviária no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul, que detectou o primeiro caso da doença em uma granja comercial no Brasil.
- As autoridades brasileiras também investigam casos suspeitos em aves silvestres nas cidades de Ilhéus (BA), Icapuí (CE) e Armação dos Búzios (RJ).
- O governo de Minas Gerais informou que há um foco de gripe aviária na região metropolitana de Belo Horizonte. O caso foi registrado em aves ornamentais, especificamente em cisnes-negros criados em um sítio na cidade de Mateus Leme.
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Granja de frangos
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Avicultura é uma das principais atividades do campo no país
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Surto de H5N1 pode causar prejuízos para setor agrícola
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A Seagri lembrou que não há risco à saúde humana pelo consumo de carne de frango ou ovos, desde que devidamente inspecionados.
“A gripe aviária não é transmitida por meio da ingestão desses alimentos cozidos, mesmo quando provenientes de áreas afetadas. A transmissão do vírus ocorre apenas por contato direto com aves vivas infectadas, e o risco de infecção humana é considerado baixo”, completou a secretaria, na nota.
O que dizem os especialistas
Mestre em biofísica molecular, o biólogo André Luís Soares Smarra ressaltou que a chance de transmissão da doença para humanos é pequena.
“A influenza aviária infecta aves e também pode infectar os mamíferos. Contudo, a chance de contágio de seres humanos é praticamente remota”, enfatizou.
Apesar disso, pessoas sem a devida proteção individual e expostas a aves infectadas ou a ambientes de sacrifício desses animais têm chance de contrair a enfermidade. Nesses casos, o vírus é transmitido por meio do contato com a secreção de bichos doentes.
“Ainda assim, é importante deixar claro: a gripe aviária não infecta seres humanos com facilidade. E, geralmente, a transmissão de pessoa a pessoa não se sustenta”, afirmou o biólogo.
Ainda segundo André Luís, o controle da doença se dá por meio do manejo de animais doentes. O protocolo adotado é de abate das aves infectados. Em caso de eventual infecção por humanos, a taxa de letalidade da virose é alta, pois uma quantidade expressiva de pacientes não sobrevive.
Os sintomas da doença em humanos são semelhantes aos de uma infecção respiratória. O paciente apresenta, inicialmente, um quadro leve, com secreção ou muco, náusea, febre, tosse e desconforto respiratório.