Preso pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) neste domingo (20/4), cinco dias após atropelar e matar a diarista Maria Núbia dos Santos, 46 anos, o bancário Daniel Henrique da Silva (foto em destaque), 41, surpreendeu os investigadores pela frieza no momento do crime.
O delegado-chefe da 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte), Paulo Noritika Sambosuke, disse que o descaso de Daniel para com a vítima no momento do atropelamento “causou uma grande comoção social na população brasileira”.
“O descaso demonstrado, a atitude do Daniel para com a vida alheia causou uma grande comoção social na população brasileira”, afirma Sambosuke.
“Ele se aproxima [do corpo da vítima] e não demonstra arrependimento, apenas olha e se afasta. Não chama nenhum atendimento ou socorro, tampouco aciona as autoridades competentes”, destaca.
Assista ao depoimento do delegado-chefe:
O que aconteceu
- Daniel Henrique da Silva atingiu em cheio a moto da diarista na Quadra 104 do Noroeste, em frente ao Parque Burle Marx, na madrugada de terça-feira (15/4).
- Imagens de câmeras de segurança mostram quando a motocicleta da vítima desliza pela pista, devido à colisão. Em seguida, dois carros aparecem no vídeo: um deles para no acostamento; o outro segue caminho.
- Um grupo de ciclistas pedalava pela área quando presenciou a colisão e se mobilizou no local. Daniel parou, observou o carro e andou até a vítima.
- O bancário voltou para o carro e tentou ir embora; ao perceber que ele ia fugir sem prestar socorro, um ciclista foi à traseira do carro fotografar a placa.
- Daniel, então, sai do automóvel, e o ciclista se afasta, intimidado. Em seguida, o criminoso dá partida no carro e foge do local.
- Daniel esteve em um bar de poker localizado no Setor Hoteleiro Sul das 21h do dia seguinte até as 4h de terça-feira (15/4), momentos antes do crime acontecer. Para a PCDF, é um indício de que ele estava sob efeito de bebida alcoólica quando atropelou a diarista.
Depois de fugir sem prestar socorro, o bancário abandonou o automóvel em outra quadra do Noroeste e foi visto andando com o celular na mão.
Se entregou e ficou em silêncio
Daniel, que é funcionário do Banco do Brasil, decidiu se entregar. Para o delegado Paulo Sambosuke, o criminoso teria percebido que estava cercado pela PCDF e tomado a iniciativa de se apresentar.
“Sentindo que estava prestes a ser preso pela Polícia Civil, resolveu se apresentar com seus advogados para ser interrogado”, afirma o delegado-chefe. Daniel permaneceu em silêncio ao ser interrogado. “Senti que ele estava um pouco abatido”, resume Sambosuke.
Agora, Daniel seguirá para a carceragem do Departamento de Polícia Especializada (DPE) da Polícia Civil e, em seguida, para o Complexo Penitenciário da Papuda. Ele responderá pelo crime de homicídio qualificado, por fugir da cena do acidente, podendo ser condenado à pena de 12 a 30 anos de prisão.