A estrutura pública da Câmara dos Deputados pode ser usada para homenagear uma produtora de conteúdo que já foi punida por divulgar fake news. Um requerimento apresentado pelos deputados federais Bia Kicis (PL-DF) e Altineu Côrtes (PL-RJ) pede convocação para uma Sessão Solene em comemoração “aos sete anos da empresa de entretenimento e educação Brasil Paralelo”.
A referida empresa se intitula como uma produtora que “busca a verdade histórica”, elaborando e divulgando “documentários, filmes, programas, cursos e séries”, mas a página já chegou a ser obrigada a remover conteúdo falso das redes sociais por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Em outubro de 2022, o TSE concedeu liminar para a remoção de conteúdo contra Lula (PT) publicado no Twitter pela Brasil Paralelo, por atribuir ao então candidato “uma série de escândalos de corrupção que jamais foram judicialmente imputados a ele”. O ministro Ricardo Lewandowski chegou a chamar o vídeo de “desordem informacional grave” devido às mentiras divulgadas.
Brasil Paralelo
Mesmo com a publicação de conteúdos como esse, a Brasil Paralelo afirma, na plataforma, que trabalha “sem qualquer tipo de ideologização”. Artigos científicos publicados por pesquisadores chegam a concluir que a empresa promove um “revisionismo histórico”, ao tentar atacar o que chamam de “história oficial”.
O artigo “Revisionismo Histórico e Educação para a Barbárie: A Verdade da ‘Brasil Paralelo’”, de pesquisadores da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), aponta que as produções da empresa deslegitimam a história, “ora pelo ataque aos intelectuais, ora pela negação ou manipulação de fontes minuciosamente selecionadas, desconexas de seus contextos históricos, com objetivo de confirmar pontos de vista preestabelecidos”.
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