O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, neste domingo (16/3), que há aliados com capacidade de substituí-lo “no futuro”, mas sinalizou não abrir mão de ser o candidato da direita ao Planalto em 2026, mesmo que esteja atualmente inelegível. O ex-mandatário discursou na manifestação convocada por ele mesmo neste domingo (16/3), no Rio de Janeiro (RJ). Em linhas gerais, o ato pede anistia pelos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.
“Jamais esperava que da minha vida ele [Deus] colocasse ao meu lado pessoas fantásticas, patriotas que tem Deus no coração. O meu ciclo vai se esgotar um dia, mas nós estamos deixando muitas pessoas capazes de me substituir no futuro. Pro lado de lá não tem nenhuma liderança”, afirmou Bolsonaro, provocando o PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que vive uma escassez de nomes para sucessão.
Apesar do discurso, o ex-presidente reafirmou que insistirá na candidatura em 2026. O ex-presidente se dirigiu a eventuais críticos e afirmou que eleição “sem Bolsonaro é negar a democracia no Brasil. Se eu sou tão ruim assim, me derrote”. O ex-mandatário ainda afirmou que, na próxima eleição nacional, a formação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) poderá beneficiá-lo.
A Corte, que o tornou inelegível em 2023, será presidida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Kassio Nunes Marques no próximo ano. O magistrado foi indicado por Bolsonaro, o que leva o presidente a apostar na reversão da sua inelegibilidade.
Ato de Bolsonaro por anistia
A manifestação foi convocada por Bolsonaro com lideranças da direita para pressionar o Congresso pela anistia aos envolvidos com o 8 de Janeiro e com o suposto plano de golpe de Estado contra o presidente Lula. O grupo afirmou que a medida beneficiaria os presos pela manifestação, mas acreditam que o ex-presidente também poderia ser beneficiado.
Líder do PL na Câmara, o deputado Sóstenes Cavalcante (RJ) afirmou que pedirá para a próxima semana a votação do pedido de urgência projeto de anistia. A solicitação será feita na próxima quinta-feira (20/3), na reunião do colégio de líderes da Casa, que define a pauta de votações.