O brasileiro Rafael Zimerman (de boné, na foto em destaque) assistiu com alívio o cessar-fogo e a libertação de reféns israelenses nesta semana. Ele é um dos sobreviventes do ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, que marcou o início da guerra na região.
“Eu fiquei muito aliviado pela volta deles para casa. Eu poderia ter sido um desses sequestrados. É um alívio, mas é também um trauma muito grande. É um trauma que eu acho que é eterno”, resume ao Metrópoles Zimerman, que também é judeu.
Rafael estava na festa rave que foi atacada pelo Hamas. Ele se escondeu em um bunker com o amigo Ranani Glazer (sem camisa, na foto em destaque) e com a namorada de Ranani, Rafaela Treistman.
No entanto, o bunker foi invadido por militantes do Hamas, que jogaram uma granada. Ranani foi morto. Rafael se fingiu de morto para sobreviver. Rafaela também sobreviveu.
“Se eu sofri o que sofri em cinco horas, imagina o que é estar mais de um ano nas mãos de terroristas? Eu não consigo imaginar o que é estar nas mãos de terroristas durante um ano e três meses”.
A vida de Rafael mudou completamente desde que sobreviveu ao atentado. Ele se mudou para Israel justamente por conta da segurança, após sofrer assaltos no Brasil. O jovem já voltou para o território israelense cinco vezes após o atentado, mas ainda é um processo difícil esse retorno. Ele faz tratamento psicológico por conta do trauma.
O cessar-fogo entre Israel e Hamas começou a valer a partir da manhã do último domingo (19/1). Foram definidos três fases para manter o fim dos bombardeios no território palestino. A previsão é a libertação total de 33 reféns israelenses e mil prisioneiros palestinos.
Críticas ao governo
Em outubro de 2023, o Hamas matou cerca de 1,2 mil pessoas e sequestrou 251. Mais de 46,8 mil palestinos foram mortos nos ataques de Israel durante a guerra.
As ações militares ordenadas pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, foram muito criticadas internacionalmente por massacrar a população palestina.
“O israelense não é ‘o governo’. Me machuca muito quando as pessoas generalizam”, comenta Zimerman, que lembra que muitos cidadãos de Israel discordam das atitudes de Netanyahu.