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Censo IBGE: 58,7 milhões de pessoas vivem em vias sem arborização

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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresenta nesta quinta-feira (17/4) levantamento das características urbanísticas do entorno dos domicílios. Os dados fazem parte do Censo Demográfico 2020, realizado em 2022.

Os dados da pesquisa mostram que, no Brasil, há 58,7 milhões de pessoas (33,7%) vivendo em vias sem arborização, enquanto 114,9 milhões (66,0%) vivem em vias com presença de árvores.

Imagem revela número desigual de árvores em áreas ricas e pobres do DF

Em razão da mudança no critério de avaliação de existência de arborização entre 2010 e 2022, a comparação direta entre os dois censos não pode ser feita.

Em termos de densidades de arborização, 35,6 milhões das pessoas (20,4%) contabilizadas com presença de árvore residem em vias com até 2 árvores, 23,5 milhões (13,5%) em vias com 3 ou 4 árvores, enquanto 55,8 milhões (32,1%) moram em vias com 5 árvores ou mais.

Segundo o professor de engenharia florestal Reuber Brandão, da Universidade de Brasília (UnB), não há uma preocupação estatal com planejamento de áreas verdes em regiões consideradas mais pobres.

“Racismo ambiental é um conceito complexo, que tem sido útil para explicar a maior exposição das populações mais pobres – não necessariamente de descendentes de povos escravizados – aos efeitos de mudanças climáticas. Mas é fato que não há preocupação com o estabelecimento de áreas verdes onde os moradores são de menor poder aquisitivo”, pontuou o especialista ao Metrópoles em março de 2025. A reportagem sobrevoou endereços do Distrito Federal para mostrar o número desigual de árvores.

De acordo com o docente, quanto mais árvores próximas às casas das pessoas, maior é a sensação de conforto térmico.

A pesquisa do IBGE ainda observou outros nove quesitos, veja:

  1. capacidade de circulação;
  2. pavimentação da via;
  3. existência de bueiro ou boca de lobo;
  4. iluminação pública;
  5. ponto de ônibus ou van;
  6. sinalização para bicicletas;
  7. calçada ou passeio;
  8. calçada livre de obstáculo; e
  9. rampa para cadeirante.

Em 2022, pela primeira vez, a estrutura viária para veículos foi retratada através do quesito de capacidade máxima de circulação da via. Foram contabilizados 158,1 milhões de pessoas (90,8%) que vivem em trechos de logradouros onde era possível o fluxo de caminhões ou ônibus.

Outros 10,5 milhões de pessoas (6,1%) vivem em trechos com capacidade máxima para circulação de carro ou van. Além disso, 5 milhões de pessoas (2,9%) vivem em trechos de vias onde só era possível a circulação de motocicletas, bicicletas e pedestres.

Cerca de 154,1 milhões de moradores (88,5%) vivem em vias pavimentadas, enquanto 19,5 milhões viviam em vias não pavimentadas. Apesar de também ter sido investigado em 2010, o critério para existência foi alterado de qualquer tipo de pavimentação, mesmo que em pequena parte da via, para pelo menos 50% do trecho, não sendo possível a comparabilidade direta.

A infraestrutura de drenagem representada pela presença do bueiro ou boca de lobo nas vias está presente para 53,7% dos moradores (93,6 milhões de habitantes). Em 2010, esse percentual era de 39,3% (60,3 milhões).

O percentual de moradores em vias com iluminação pública no total do país atingiu 97,5% (169,7 milhões de moradores). Em 2010, esse percentual havia sido de 95,2% (146,2 milhões).

A pesquisa do entorno identificou pontos de ônibus ou van em vias onde moram 15,3 milhões de pessoas (8,8%).

Segundo o Censo 2022, 146,4 milhões dos moradores (84,0%) vivem em vias com calçada, frente a 102,7 milhões (66,4%) em 2010.

A existência de pista sinalizada para bicicletas foi observada apenas em vias onde residem 3,3 milhões de pessoas (1,9%).

Já 32,8 milhões (18,8%) vivem em vias com calçadas livres de obstáculos, quesito novo do Censo Demográfico 2022.

Em 2022, das 174,2 milhões de pessoas residentes em áreas com características urbanas no Brasil, 26,5 milhões (15,2%) moram em vias com rampa para cadeirantes. Em 2010 eram 6,0 milhões (3,88%).

Por cor ou raça

Em desagregações por cor ou raça, destaca-se que a população que se considera amarela reside em vias com mais capacidade máxima de circulação — caminhão ou ônibus (95,6%), assim como possui melhor infraestrutura em quase todos os quesitos: via pavimentada (96,3%), bueiro ou boca de lobo (61,8%), iluminação pública (98,8%), pontos de ônibus (13,5%), via sinalizada para bicicleta (4,2%), presença de calçada ou passeio (94,6%), rampa para cadeirantes (29,6%), arborização (80,0%).

A população branca apresenta o segundo melhor acesso a quase todos os elementos pesquisados: via com capacidade máxima de circulação (93,5%), via pavimentada (91,3%), bueiro ou boca de lobo (60,8%), iluminação pública (98,1%), ponto de ônibus (10,6%), via sinalizada para bicicleta (2,5%), presença de calçada ou passeio (88,2%), rampa para cadeirantes (19,2%) e arborização (70,6%).

Por outro lado, a população preta apresenta percentuais mais baixos em quesitos como iluminação pública (96,8%), via sinalizada para bicicleta (1,4%), presença de calçada ou passeio (79,2%), rampa para cadeirantes (11,1%) e arborização (59,4%).

Já a população parda apresenta percentuais baixos em existência de elementos como via pavimentada, (86,0%) bueiro ou boca de lobo (47,1%) e pontos de ônibus (7,1%).

A população indígena, residente em áreas com características urbanas, tem menor percentual de obstáculos na calçada (52,4%), porém, o maior percentual de residentes (6,4%) em vias com menor acessibilidade – capacidade máxima de circulação para motocicletas, bicicletas e pedestres.

A população indígena também apresenta os percentuais mais baixos para a presença de todos os quesitos levantados pela pesquisa: via pavimentada, (72,2%) bueiro ou boca de lobo (36,0%), iluminação pública (90,4%), pontos de ônibus (4,8%), via sinalizada para bicicleta (1,1%), presença de calçada ou passeio (63,7%), rampa para cadeirantes (9,8%) e arborização (58,5%).

Estabelecimentos

O Censo Demográfico 2022 também investigou os elementos urbanísticos para os estabelecimentos de ensino, de saúde e de outras finalidades, como comércio, por exemplo.

Todos os estabelecimentos coletados apresentam alto percentual de iluminação pública – 98,7% (ensino), 99,4% (saúde). Por outro lado, têm percentuais mais baixos de presença de ponto de ônibus ou van – 16,6% (ensino), 17,7% (saúde).

Os resultados mostram presença de calçadas para a quase totalidade dos estabelecimentos de saúde (96,3%). Porém, apenas 49,5% destes estabelecimentos estavam em trechos de vias com calçadas livres de obstáculos. Para os estabelecimentos de ensino, a proporção de presença de calçada era de 91,1%, mas apenas 41,0% em calçadas livres de obstáculos.

Os resultados revelaram que menos da metade (47,2%) dos estabelecimentos de saúde têm rampa para cadeirante, enquanto apenas 31,8% dos estabelecimentos de ensino apresentam esse elemento nas calçadas.

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