O educador físico Fabio Cassis Galan, que foi citado no processo que levou o ex-jogador Robinho para a cadeia pelo crime de estupro coletivo, é professor da rede pública municipal de São Vicente (SP). Ele também aparece em textos publicados no site do Instituto Projeto Neymar Jr. (INJR) identificado como Supervisor de Atividades Esportivas pelo menos até 2022.
Galan é servidor público da Prefeitura de São Vicente. Consta no Portal da Transparência que ele tem o cargo ativo de professor de educação física no Centro Esportivo Beija Flor. O salário informado é de R$ 3.832,30.
O processo no qual o ex-jogador Robinho foi condenado refere-se ao estupro coletivo de uma mulher em uma boate. O caso aconteceu em 2013 na cidade de Milão, na Itália. O ex-jogador foi condenado em 2017 pela Justiça italiana. O caso passou por todas as instâncias naquele país.
Galan foi citado nas investigações do crime de estupro por estar com Robinho e outros amigos do jogador na boate no dia do crime. À época, conforme a mídia, a Justiça da Itália teria tentado localizá-lo para que ele prestasse depoimento, mas sem sucesso.
Em setembro de 2009, durante uma celebração do Dia da Independência, Galan foi um dos responsáveis por organizar e comandar o desfile cívico no Instituto Neymar. “Foi um dia bem diferente e acho que os alunos gostaram da experiência”, afirmou ele na publicação do site do instituto.
Em outra celebração do Dia da Independência, em 2022, outra publicação do Instituto Neymar também registrou a participação de Galan no ato cívico. “Todo ano já é tradição aqui no Instituto. A gente comemora essa data para as crianças entenderem um pouco mais sobre a história do país, e nesse ano a gente comemora 200 anos de independência do Brasil”, disse ele.
A assessoria de imprensa afirmou que o instituto atende mais de 2,5 mil crianças. No site, consta que o INJR recebe alunos de 7 a 17 anos em turnos distribuídos das 7h às 21h.
A reportagem do Metrópoles fez contato com a assessoria de imprensa do Instituto Neymar para que a organização se manifestasse sobre o fato de ter um empregado que é citado em um processo sobre um crime de estupro coletivo. No entanto, após o encaminhamento de e-mail e mensagens de WhatsApp, não houve retorno. As ligações também não foram atendidas.
O Metrópoles não conseguiu contato com a defesa de Galan.
Robinho
Robinho está preso na Penitenciária II de Tremembé, no interior paulista, onde cumpre pena. No dia 22 de novembro deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para manter a prisão do ex-jogador. Os ministros da Corte votaram no Plenário Virtual, no qual os votos são apresentados digitalmente. A defesa de Robinho havia entrado com um pedido de habeas corpus.