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Com desgaste com o governo, MST dá início a ações do Abril Vermelho

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O Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) dá início ao “Abril Vermelho” com ações em todo o Brasil para pressionar o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a tomar medidas mais efetivas pela reforma agrária.

“Este ano, compreendemos que é preciso colocar a reforma agrária no centro da sociedade e cobrar que ela seja efetivada no governo Lula. Queremos arrancar conquistas do governo federal para as famílias assentadas e acampadas da reforma agrária no MST em todo o Brasil”, destaca Margarida Silva, da direção nacional do MST.

Recentemente, a relação entre o governo Lula e o MST ficou estremecida, em meio à insatisfação do movimento com o andamento da reforma agrária no país. O chefe do Executivo recebeu, em janeiro, lideranças em seu gabinete no Palácio do Planalto para ouvir as demandas.

De acordo com o grupo, em dois anos o governo assentou 3,5 mil famílias, enquanto a demanda por terras chega a 65 mil. Lideranças do movimento chegaram a fazer críticas públicas ao ministro Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário, pasta responsável por lidar com a questão fundiária.

Alguns representantes do MST se encontraram com a ministra das Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, onde cobraram um aporte orçamentário maior, diante das cobranças para avançar com a reforma agrária no Brasil.

“Ele tem se mostrado incompetente, em até disputar recursos do orçamento”, disse João Pedro Stedile, líder do MST, ao podcast Três por Quatro, do Brasil de Fato, em dezembro.

No início de março, o presidente visitou um assentamento em Minas Gerais e fez a entrega de cerca de 12 mil lotes para a reforma agrária. Além disso, o governo fez ajustes no Orçamento de 2025 para destinar mais R$ 750 milhões para a aquisição de alimentos da agricultura familiar e para o Fundo de Terras e da Reforma Agrária.

Orçamento

Margarida Silva pontua, por exemplo, a necessidade de recomposição dos orçamentos de 2025 e 2025 para atender as necessidades dos movimentos sociais.

“Compreendemos que esse orçamento deveria ser, no mínimo, de R$ 1 bilhão por ano. Ainda assim, esse valor não atenderia totalmente à nossa necessidade, mas representaria um avanço”, informa Margarida.

“Outro tema abordado foi o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera). Hoje, na LOA de 2025, estão previstos apenas R$ 49 milhões para o programa, enquanto necessitamos de R$ 100 milhões apenas para os cursos já aprovados. Esse valor garantiria que mais de 10 mil jovens e adultos tivessem acesso à universidade pública em todo o país”, complementa.

Margarida Silva ressaltou que a reforma agrária adotada pelo presidente Lula está muito abaixo das expectativas. Membro da direção nacional do MST, ela enfatiza a necessidade de um comprometimento maior do governo, além dos órgãos que fazem parte da estrutura da gestão petista.

“Sobre o ministro Paulo Teixeira, não há grandes problemas na relação com ele. Temos um diálogo tranquilo, embora façamos críticas, pois a reforma agrária avança a passos lentos. Nossas críticas são construtivas, mas compreendemos que a reforma agrária ainda está muito distante do que queremos”, explica Margarida.

“Já estamos no terceiro ano do governo Lula, e a entrega feita em Campo do Meio foi importante e simbólica, mas ainda é muito pouco diante do que precisamos”, critica.

Abril Vermelho

Anualmente, o MST promove a Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária, popularmente conhecida como Abril Vermelho. Durante o mês, o movimento costuma intensificar as ocupações de terras para chamar atenção ao tema da reforma agrária.

A data faz referência ao episódio do Massacre de Eldorado do Carajás, ocorrido em 17 de abril de 1996. Na ocasião, policiais militares do Pará assassinaram 21 trabalhadores sem-terra durante uma operação para desobstruir uma estrada ocupada por manifestantes.

“Compreendemos que é por meio das ocupações de terra, dessas lutas, que podemos contribuir no combate à fome, à desigualdade social e à crise ambiental e climática. Nossa expectativa é de que haja luta em todo o Brasil, mobilização e entrega de pautas ao Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária]. Há uma série de ações simbólicas e de aproximação com a sociedade, mas também realizaremos lutas em todo o país”, contextualiza Margarida.

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