O Comitê Técnico de Enfrentamento da Dengue da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) emitiu um alerta sobre o cenário e a evolução da dengue no DF. O documento, assinado no início de maio, afirma que não deve haver um aumento expressivo de casos nos próximos meses. Porém, avisou que há a possibilidade “de uma nova onda epidêmica no ciclo sazonal 2025/2026, que se iniciará a partir de outubro de 2025”.
O documento frisa que, em 2025, até 8 de maio, o DF apresenta uma redução da ocorrência de casos prováveis de dengue em relação ao ano anterior — sendo uma queda de 97,4% em relação ao mesmo período de 2024.
O cenário é positivo, mas o comitê afirma que, na últimas semanas, “vem sendo observado um aumento da prevalência relativa do DENV-3 dentro das amostras positivas para PCR”.
Esse detalhe, chamou a atenção do grupo, que emitiu a seguinte conclusão:
“A despeito da importante baixa de casos de dengue observados em 2025 no Distrito Federal e a finalização do período sazonal da dengue 2024/2025, a tendência de inversão na prevalência de sorotipos no Distrito Federal aliado ao aumento da positividade de exames de PCR observado nas últimas semanas levanta um alerta. Não há expectativa de elevação significativa de casos ainda neste período sazonal, porém há que se manter atento frente a possibilidade de uma nova onda epidêmica no ciclo sazonal 2025/2026, que se iniciará a partir de outubro de 2025”.
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A dengue é uma doença infecciosa transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Com maior incidência no verão, tem como principais sintomas: dores no corpo e febre alta. Considerada um grave problema de saúde pública no Brasil, a doença pode levar o paciente à morte
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O Aedes aegypti apresenta hábitos diurnos, pode ser encontrado em áreas urbanas e necessita de água parada para permitir que as larvas se desenvolvam e se tornem adultas, após a eclosão dos ovos, dentro de 10 dias
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A infecção dos humanos acontece apenas com a picada do mosquito fêmea. O Aedes aegypti transmite o vírus pela saliva ao se alimentar do sangue, necessário para que os ovos sejam produzidos
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No geral, a dengue apresenta quatro sorotipos. Isso significa que uma única pessoa pode ser infectada por cada um desses
micro-organismos e gerar imunidade permanente para cada um deles — ou seja, é possível ser infectado até quatro vezes
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Os primeiros sinais, geralmente, não são específicos. Eles surgem cerca de três dias após a picada do mosquito e podem incluir: febre alta, que geralmente dura de 2 a 7 dias, dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupções cutâneas, náuseas e vômitos
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No período de diminuição ou desaparecimento da febre, a maioria dos casos evolui para a recuperação e cura da doença. No entanto, alguns pacientes podem apresentar sintomas mais graves, que incluem hemorragia e podem levar à morte
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Nos quadros graves, os sintomas são: vômitos persistentes, dor abdominal intensa e contínua, ou dor quando o abdômen é tocado, perda de sensibilidade e movimentos, urina com sangue, sangramento de mucosas, tontura e queda de pressão, aumento do fígado e dos glóbulos vermelhos ou hemácias no sangue
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Nestes casos, os sintomas resultam em choque, que acontece quando um volume crítico de plasma sanguíneo é perdido. Os sinais desse estado são pele pegajosa, pulso rápido e fraco, agitação e diminuição da pressão
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Alguns pacientes podem ainda apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade. O choque tem duração curta, e pode levar ao óbito entre 12 e 24 horas, ou à recuperação rápida, após terapia antichoque apropriada
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Apesar da gravidade, a dengue pode ser tratada com analgésicos e antitérmicos, sob orientação médica, tais como paracetamol ou dipirona, para aliviar os sintomas
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Para completar o tratamento, é recomendado repouso e ingestão de líquidos. Já no caso de dengue hemorrágica, a terapia deve ser feita no hospital, com o uso de medicamentos e, se necessário, transfusão de plaquetas
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Cenário atual
Até essa quinta-feira (15/5), a SES-DF havia notificado 7.362 casos prováveis de dengue em 2025. De todos os testes PCR enviados ao Laboratório Central (Lacen-DF) desde o final de 2024, 6 amostras positivaram para o tipo 1 da dengue, 70 amostras para o tipo 2 e 35 casos do tipo 3.
Este ano, ainda não houve nenhuma morte causada pela dengue na capital federal.
No mesmo documento, o Comitê recomendou que haja um reforço na execução das ações de preparação para o próximo ciclo sazonal da dengue; alinhamento e comunicação célere frente à detecção de casos de Dengue, com especial atenção aos casos de sorotipo 3; e reforço das ações de vacinação do público-alvo de vacinação no SUS, de 10 a 14 anos
Vacinação
Desde o início da vacinação contra a dengue no DF, foram aplicadas 163.148 doses da vacina da dengue no público alvo de 10 a 14 anos. Dessas, 109.172 foram primeira dose e 53.976, a segunda. A cobertura vacinal está 59,7% para D1 e 29,5% para D2.
Atualmente, no Distrito Federal, temos 21 mil doses disponíveis para o público elegível, crianças e adolescentes de 10 a 14 anos de idade