Após o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) atribuir a sua derrota eleitoral em 2022 ao episódio que envolveu a aliada Carla Zambelli (PL-SP), quando ela correu atrás de um homem negro com uma arma em punho – “ela tirou me mandato”, a deputada federal usou sua conta no X para reagir à declaração.
“Enfrentar o julgamento dos inimigos é até suportável. Difícil é aguentar o julgamento das pessoas que sempre defendi e continuarei defendendo”, escreveu a parlamentar, nesta terça-feira (25/3).
Ao podcast Inteligência Ltda., o ex-presidente afirmou, nessa segunda-feira (24/3): “Aquela imagem, da forma que foi usada, da Carla Zambelli perseguindo o cara lá. Teve gente que [falou]: ‘O Bolsonaro defende o armamento’. Mesmo quem não votou no Lula [por conta de Zambelli], anulou o voto. A gente perdeu. A gente perdeu. Em São Paulo a gente estava bem [eleitoralmente]. A Carla Zambelli tirou o mandato da gente”.
A fala de Bolsonaro foi publicada pelo Metrópoles, na coluna do Paulo Cappelli.
Ao lado de Bolsonaro estava o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que concordou, afirmando que “a gente estava com 20 pontos em São Paulo [segundo as pesquisas]”.
Julgamento no STF
A deputada é julgada no STF numa ação cuja a pena é de 5 anos e 3 meses de prisão, além da perda do mandato parlamentar, pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal. No entanto, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Nunes Marques pediu vista no julgamento, ou seja, solicitou mais tempo para analisar o processo.
Mesmo com o processo paralisado, Cristiano Zanin e Dias Toffoli votaram antecipadamente, ampliando o placar para 6 a 0 pela condenação da parlamentar, seguindo o voto do relator, Gilmar Mendes.
O julgamento ocorre no Plenário Virtual do STF, que formou, nesta terça-feira (25/3), maioria para condenar a deputada federal.