A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, alegou, nesta terça-feira (15/7), que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem conspirado contra o Brasil e as instituições democráticas em decorrência, segundo ela, da proximidade de possível condenação do ex-chefe do Executivo.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu, na noite de segunda (14/7), a condenação de Jair Bolsonaro pelos crimes de liderança de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima e deterioração de patrimônio tombado.
“É o medo da condenação por seus crimes que explica a conspiração contra o Brasil que ele comanda hoje, articulando sanções do governo dos EUA para coagir o STF, à custa da economia e dos empregos em nosso país”, escreveu Gleisi na rede social X. “Ele sabe que, no curso do devido processo legal, é praticamente inevitável sua condenação por cinco crimes contra a democracia e o estado de direito, conforme indicou a PGR.”
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O filho do ex-presidente e deputado federal licenciado, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) está nos Estados Unidos, onde tem negociado punições contra o Brasil em virtude das ações enfrentadas por Jair Bolsonaro no Judiciário.
Conforme mostrou o Metrópoles, o julgamento do ex-presidente e de aliados pode ocorrer entre agosto e setembro. Considerando a soma de todos os prazos, a previsão é de que todas as alegações estejam concluídas até 11 de agosto.
Gleisi reforça que o julgamento contra Jair Bolsonaro tem se encaminhado para o final com “firme demonstração de que o Brasil repudia golpes contra o regime democrático”.
“A ação penal no STF caminha para o julgamento, numa firme demonstração de que o Brasil repudia golpes contra o regime democrático, que tanto custou construir. E repudia igualmente, chantagens e ameaças contra a soberania do país e das nossas instituições, venham de onde vierem, sob qualquer forma ou pretexto”, finalizou a ministra do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Na semana passada, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que a partir de 1º de agosto será aplicada uma taxa de 50% sobre os produtos brasileiros vendidos ao mercado norte-americano. O líder da Casa Branca indicou que a medida é uma retaliação em virtude do que ele chamou de “caça às bruxas” contra Bolsonaro.
O vice-presidente e ministro Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, iniciou na manhã desta terça-feira as primeiras reuniões com os setores mais afetados pela nova tarifa para discutir a reação do governo brasileiro.