Nesta quarta-feira (8/1), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa de uma cerimônia especial em Brasília (DF) para marcar os dois anos dos episódios de 8 de janeiro de 2023, quando a democracia brasileira enfrentou um de seus momentos mais críticos.
O evento ocorre no Palácio do Planalto e na Praça dos Três Poderes, reunindo autoridades, representantes do Ministério da Cultura, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), da Embaixada da Suíça e de movimentos sociais.
Os presidentes dos Poderes foram convidados, mas somente Lula estará presente. Luiz Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), está viajando e será representado pelo vice, Edson Facchin. Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, também está viajando, mas enviará representante, o vice, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB). Já Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, não estará presente e nem tinha confirmado envio de representante. O pai de Lira, Benedito, teve que fazer uma cirurgia de emergência no fim de 2024 e encontra-se internado em unidade de terapia intensiva (UTI). Ano passado, o presidente da Câmara também não foi à solenidade do 8 de janeiro.
A programação foi organizada em quatro momentos. Veja:
1º Momento: Reintegração de Obras de Arte (9h30)
Na Sala de Audiências do Palácio do Planalto, o primeiro ato da cerimônia é marcado pela reintegração de importantes peças de arte que foram danificadas durante os ataques.
Um dos destaques será a entrega de um relógio do século XVII, restaurado na Suíça, e uma ânfora, ambas simbolizando a delicadeza e a complexidade do processo de restauração. Além disso, serão apresentadas 21 obras restauradas do acervo do Palácio da Alvorada.
2º Momento: Descerramento da Obra “As Mulatas” (10h30)
No terceiro andar do Palácio do Planalto, ocorre o descerramento do quadro “As Mulatas”, de Di Cavalcanti, uma das obras que foi alvo dos ataques.
Cinco alunos do Projeto de Educação Patrimonial participam do momento, entregando ao presidente Lula réplicas da ânfora e do quadro.
3º Momento: Cerimônia no Salão Nobre (11h)
O Salão Nobre do Palácio do Planalto será o palco de uma cerimônia formal com a presença de autoridades dos três Poderes.
4º Momento: Abraço da Democracia (após 11h)
O evento encerra com o “Abraço da Democracia” na Praça dos Três Poderes. O presidente Lula, junto com as principais autoridades do país, desce a rampa do Palácio do Planalto para encontrar o público.
Participam da cerimônia autoridades dos 3 Poderes, além de integrantes do Ministério da Cultura, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e Embaixada da Suíça, além de movimentos sociais.
8 de Janeiro
O dia 8 de janeiro de 2023 ficou marcado como uma das datas mais críticas para a democracia brasileira. Após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022, manifestantes insatisfeitos com o resultado das urnas organizaram uma série de protestos e ações violentas em todo o país.
A insatisfação se manifestou em bloqueios de rodovias, ataques a torres de energia e acampamentos em frente a quartéis militares, pedindo intervenção militar e rejeitando o resultado eleitoral.
A situação atingiu seu ápice quando milhares de manifestantes invadiram a Esplanada dos Ministérios e depredaram os edifícios do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal.
Os manifestantes, inflamados por discursos de desinformação e teorias conspiratórias sobre a segurança das urnas eletrônicas, encontraram pouca resistência policial ao chegarem à Praça dos Três Poderes. A ação resultou em destruição massiva do patrimônio público e em uma crise institucional sem precedentes.
Nos dias seguintes, mais de duas mil pessoas foram presas. Até o momento, dezenas foram condenadas, com penas que variam de 3 a 17 anos de prisão, enquanto centenas ainda aguardam julgamento.