O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse, nesta quinta-feira (29/5), que liderar a área econômica no governo Lula (PT) é “interessante” por mais que sofra com críticas. Nos últimos meses, a insatisfação da oposição contra o ministro tem se intensificado e ele também lida com resistência dentro da base petista.
“Servir ao governo do presidente Lula é sempre uma coisa interessante. Por mais que você sofra, com o tanto que você é criticado, que você é isso, que você é aquilo, tem o dia de hoje para apagar todo o sofrimento e a gente celebrar a vida de vocês”, declarou Haddad durante cerimônia de entregas do Programa Terra da Gente em Ortigueira, no Paraná.
Haddad se emocionou no discurso ao lembrar do pai, que foi agricultor no Líbano.
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O titular da Fazenda tem sido alvo de críticas pela condução da política fiscal e econômica do país. A tensão mais recente foi provocada pelo aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
A medida desagradou setores do mercado financeiro e algumas alas do Congresso Nacional. Os parlamentares chegaram a articular a aprovação de ao menos 20 Projetos de Decreto Legislativo (PDLs) para derrubar o decreto de elevação do IOF.
Aumento do IOF
- O governo federal publicou o detalhamento da regulamentação na tributação do IOF sobre operações de crédito, câmbio e seguro.
- Segundo o Ministério da Fazenda, o objetivo da medida é assegurar o equilíbrio fiscal, bem como criar harmonia entre política fiscal e política monetária.
- No mesmo dia do anúncio, o Executivo decidiu revogar a elevação do IOF para aplicações de investimentos de fundos nacionais no exterior. Com isso, a alíquota continua zerada nesses casos.
- Inicialmente, a estimativa de arrecadação era de R$ 20,5 bilhões em 2025. Mas, com a mudança de partes do decreto, a equipe econômica deve fazer um novo cálculo — ainda não informado.
Messias: “Estamos juntos, companheiro”
O ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, também demonstrou apoio a Haddad. Messias convidou Haddad para ficar lado a lado e ressaltou que “nenhum ministro acorda querendo fazer mal a ninguém”.
Segundo o chefe da AGU, os auxiliares de Lula acordam com o “único propósito de ajudar” o Brasil. “Quero dizer que sei o que você passa, eu sei sua luta e estamos juntos, companheiro [Haddad]”, acrescentou Messias.