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INSS: 742 mil aposentados pediram cancelamento de desconto indevido

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Um relatório produzido pela Controladoria-Geral da União (CGU) aponta que 742.389 beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) solicitaram a exclusão de descontos associativos no primeiro semestre de 2024.

O número representa um salto expressivo em relação ao mesmo período de 2023, quando 130.658 pessoas haviam feito o pedido. Os descontos, muitas vezes lançados sem autorização dos aposentados, foram alvo de operação da Polícia Federal (PF) na última semana, em esquema revelado pelo Metrópoles.

Segundo o relatório da CGU, as reclamações foram registradas por meio dos canais de atendimento do INSS. Entre os entrevistados para elaboração do documento, 95,9% afirmaram não fazer parte de nenhuma associação, o que indica forte indício de que os descontos vinham sendo feitos de forma indevida.

Outro dado preocupante citado pela CGU é de que a maioria dos beneficiários do INSS são idosos. Apesar de 35% dos entrevistados afirmarem conhecer o desconto, muitos não solicitaram o cancelamento por encontrarem dificuldades ou desconhecimento sobre como proceder.

“Outra dificuldade identificada diz respeito à ocorrência de inserção de novo desconto após o pedido de cancelamento de outro anteriormente existente, fazendo com que o aposentado ou pensionista tenha de ficar repetidamente verificando seu extrato e requerendo o cancelamento do desconto associativo até compreender que existem outras etapas necessárias para realizar o bloqueio de novos descontos”, explicou o órgão, em relatório produzido em setembro do ano passado.

“Ainda, a complexidade imposta aos beneficiários para a exclusão dos descontos associativos é inversamente proporcional aos controles exigidos das entidades associativas no processo de inclusão desses descontos na folha de pagamento do INSS”, completou.

Imagem colorida mostra lista de descontos indevidos no primeiro semestre de 2023 e 2024 - Metrópoles

Operação Sem Desconto

A operação deflagrada pela PF na última semana, denominada de Sem Desconto, teve como alvo um esquema de descontos indevidos em aposentadorias pagas pelo INSS. O caso desencadeou uma guerra de versões entre governo e oposição quanto à responsabilidade pelas fraudes, que lesaram milhões de aposentados nos últimos anos.

A oposição acusa o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de omissão diante das denúncias e de permitir que o esquema atingisse cifras bilionárias. Já os aliados do governo destacam que 10 das 11 entidades investigadas pela PF foram autorizadas pelo INSS, durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a realizar os descontos diretamente na folha de pagamento entre 2019 e 2022.

O esquema foi revelado pelo Metrópoles em uma série de reportagens iniciadas em dezembro de 2023, que levaram à instauração de inquérito pela PF para investigar as cobranças feitas por entidades registradas em nome de laranjas.

Em março de 2023, o Metrópoles mostrou, com base em dados obtidos via Lei de Acesso à Informação (LAI), que 29 entidades haviam ampliado o faturamento mensal com os descontos de R$ 85 milhões para R$ 250 milhões, somando R$ 2 bilhões por ano, mesmo respondendo a 62 mil processos movidos por aposentados que alegam fraudes nas cobranças.

As investigações continuam e estão em fase inicial, segundo afirmou o diretor-geral da PF, Andrei Passos.

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