O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (PT-RJ), fez um mapeamento que contabilizou cerca de 200 deputados que têm alinhamento ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e poderiam votar sim no projeto de lei (PL) da anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos do 8 de Janeiro de 2023.
Apesar de ver um cenário de aumento do apoio a algum tipo de anistia dentro da Câmara, Lindbergh disse ao Metrópoles “ter certeza” de que o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), não vai dar andamento ao texto.
“Eu tenho certeza que o presidente não vai pautar, porque isso seria uma agressão”, apostou o petista.
Na avaliação do congressista, dar andamento ao texto no momento em que o Supremo Tribunal Federal (STF) abriu um julgamento por tentativa de golpe de Estado seria uma “interferência”.
“É uma interferência tão grande no Poder Judiciário. Nesse caso, já existe um julgamento. É trazer um problema do PL e do [Jair] Bolsonaro [para dentro da Câmara]”, disse o líder do PT.
No ano passado, o então presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) tirou o texto da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no dia em que ele seria votado e disse que o enviaria para uma comissão especial. O colegiado, no entanto, nunca foi oficializado.
Questionado sobre uma eventual decisão de Motta em abrir a comissão especial, Lindbergh disse que isso “não seria uma saída intermediária”.
“Não é saída intermediária. Continua sendo um ato. Começa o julgamento e começa uma comissão como essa? Qual o intuito? Parece pressionar o STF”, afirmou o deputado.
Na próxima semana, o líder do PL, Sóstenes Cavalcante, tem uma reunião na terça-feira (1/4) para apelar a Motta que dê andamento ao projeto da anistia. O parlamentar promete levar outros líderes favoráveis ao projeto com ele no encontro.
