O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), concedeu, nesta quarta-feira (28/5), a Ordem de Rio Branco, de forma póstuma, a Eunice Paiva (1929-2018), esposa do ex-deputado federal Rubens Paiva, levado de casa em 1971 e morto pela ditadura militar — a história da família foi retratada em Ainda Estou Aqui, que venceu o Oscar de Melhor Filme Internacional em 2025.
“O percurso dela e de sua família em busca de informações sobre o que realmente ocorreu se tornou símbolo da luta pela verdade e pela defesa dos direitos humanos”, destacou o governo.
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A morte do ex-deputado Rubens Paiva só foi reconhecida pelo Estado brasileiro depois de 25 anos. O corpo nunca foi localizado.
A trajetória de Eunice Paiva foi retratada no filme de Walter Salles, no qual ela é interpretada pela atriz Fernanda Torres, vencedora do Globo de Ouro de Melhor Atriz.
“Eunice é considerada exemplo de coragem na luta contra a opressão da ditadura e em favor de liberdades democráticas e dos direitos dos povos originários, causa a que também se dedicou. Seu percurso é visto como paradigma para os que buscam preservar e fazer avançar o Estado Democrático de Direito”, destacou o ministério das Relações Exteriores.
O que é a Ordem de Rio Branco
A Ordem de Rio Branco foi instituída em 1963 com o objetivo de premiar “serviços meritórios e virtudes cívicas, além de estimular a prática de ações e feitos dignos de honrosa menção”. O nome é uma homenagem ao patrono da diplomacia brasileira, o Barão do Rio Branco.
A insígnia é uma cruz de quatro braços e oito pontas esmaltadas de branco. No centro, tem uma esfera armilar, em prata dourada, inscrita, num círculo de esmalte azul, a legenda “Ubique Patriae Memor”, expressão em latim extraída do ex-libris do Barão do Rio Branco e se traduz como “Em qualquer lugar, terei sempre a Pátria em minha lembrança”.
O texto do decreto também foi assinado pelo ministro das das Relações Exteriores, Mauro Vieira.