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Luto na comunicação: o professor, militar e jornalista deixa saudades que não cabe nas palavras

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A mesa organizada, com anotações sistematizadas pelos variados temas, bloquinho aberto, papéis e canetas dispostas. O computador e TV ligados.

Naquela mistura de disciplina e senso de urgência, os reflexos mútiplos tanto da formação de mais de 30 anos como militar da Força Aérea Brasileira (FAB), como também do fôlego perspicaz de jornalista.

Tudo nítido nos olhos daquele homem.

Manoel Henrique Tavares Moreira, durante a vida militar (ele chegou ao posto de capitão), resolveu fazer jornalismo no início da década de 1980, e concluiu o curso em 1985 na Faculdades Integradas Augusto Motta.

Fez mestrado e doutorado na Universidade de Brasília (UnB). Um pesquisador que não parava de escrever e de ensinar.

A paixão pela comunicação, ele levou para dentro do quartel. Como militar, capitão Tavares. Como jornalista e professor, Henrique Moreira.

Colegas costumavam chamá-lo de chefe, comandante, amigo, Henrique. E ele, firme, sem nunca perder a ternura dos grandes.

Foi assessor de comunicação no Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (em São José dos Campos – SP) e no Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (em Brasília). Fez história por onde passou tanto pelo jeito direto como humano.

Em Brasília, virou professor no Centro Universitário de Brasília (Ceub). Depois, chegou à gestão, e coordenou os cursos de jornalismo e publicidade por mais de 20 anos. Aposentou-se no ano passado. Responsável direto pela formação de diferentes gerações de profissionais e atualização permanente dos currículos dos cursos, Henrique sempre é enaltecido e admirado assim que pronunciam o nome dele.

Missão

Em maio, teve pneumonia, e depois de 15 dias de internação em uma unidade de terapia intensiva de hospital privado em Brasília, morreu aos 66 anos de idade, deixando todos atônitos, na madrugada deste sábado (1º de junho de 2024).

Henrique Moreira deixa saudades eternas em Valéria, companheira da vida inteira, nos três filhos, Felipe (jornalista), Lucas (publicitário) e Gabriel (bacharel em relações internacionais), em todos os familiares e no sem-número de amigos que não encontraram palavras ainda para combinar dor e saudade.

Uma das grandes felicidades que ele gostava de repetir é que entregou o diploma aos três filhos. As histórias em família enchiam os olhos de Henrique de emoção, ao pensar que essa era a missão de amor de sua vida.

Militar, jornalista, professor, coordenador, chefe, amigo, papai, irmão … para tantos nomes dados a esse homem-múltiplo, há outras tantas definições que seus alunos fizeram assim que souberam da notícia que ninguém esperava:
“Ele foi um herói pra mim”
“Um ser humano incrível”
“Gostava muito dele”
“Um grande professor”
“Um mestre único”
“Meu professor inesquecível”

Assim, as mensagens que chegam em centenas são como essas centelhas, que, ao juntar, letra com letra, palavra por palavra, sentido por sentido, possam montar, ao longo dos anos, o legado que Henrique Moreira deixa.

Permanece.

Confira entrevista concedida por Henrique Moreira ao lançar livro sobre impérios midiáticos

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