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Mané Garrincha se transforma em acampamento de solidariedade 

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O centro de Brasília abrigou 20 mil pessoas vindas de diversos países para a Convenção Jovem Maranata, entre os dias 29 de maio a 01 de junho. Acampados na Arena BRB Mané Garrincha, para o evento promovido pela Igreja Adventista do Sétimo Dia, os jovens tiveram diversas atividades incluindo palestras e ações sociais. A mobilização solidária das lideranças jovens envolveu doação de sangue no Hemocentro, doações para o Rio Grande do Sul, e neste sábado, dia primeiro de junho, vai acontecer uma passeata pela paz até a Praça do Buriti. 

A Agência Adventista dos Recursos de Assistência (ADRA), está realizando a campanha de mobilização de donativos, em parceria com a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Segundo Kelly Matos, coordenadora da ADRA, a ação foi idealizada para arrecadar fundos para as vítimas das enchentes do Rio Grande do Sul. Foi montado um mercado solidário entre as stands da Convenção, com kits de higiene de vários tipos, um kit individual, e um kit que atende uma família de 4 pessoas. “Onde as pessoas podem selecionar um kit total de higiene, por exemplo, a pessoa quer doar um kit individual para atender a necessidade de uma pessoa durante quinze dias”, exemplifica. O doador também pode escolher coisas avulsas para doar junto com o kit, como um fardo de água ou uma manta. A meta é doar mil kits de higiene, até o último dia de programação da Maranata. Até o dia 31 de maio, foram doados mais de 400 kits.

A ideia, como explica Kelly, é ajudar a economia local, com os valores arrecadados, que são repassados para a regional da ADRA, que atua na tragédia com doações, desde a primeira semana de maio. “E aí, a gente ajuda tanto as pessoas desabrigadas, quanto os microempreendedores que tiveram o seu negócio fechado”.  O foco dessa campanha foi em itens de higiene e cuidados pessoais, como sabonete, fralda descartável, shampoo, condicionador, absorvente e outras coisas, porque a ADRA identificou a necessidade desse tipo de doação. 

A Convenção Jovem Maranata celebra o trabalho social e espiritual que os jovens adventistas desempenham em suas igrejas e comunidades. Sempre à frente dos cargos de liderança jovem, Karem Grijó, 22, estudante de arquitetura, é diretora jovem da Igreja Adventista de Vitória, Espírito Santo. Para Karem, o evento está sendo o máximo, já que para um jovem adventista reunir todas essas pessoas num lugar assim, para as atividades com tamanha troca cultural e espiritual, é uma coisa marcante. “É emblemático para a juventude da igreja. É uma coisa que não acontece sempre, essa troca de vivências e experiências”. A única reclamação dela, e sua amiga Jessica Pianzola, 25, contadora,  que estão dividindo a barraca do acampamento, é o frio que faz a noite. “A gente está dormindo juntinha para ficar aquecida”, brinca. 

Karem está animada, mesmo que com o cansaço de todos esses dias de convenção, mas ela mal pode esperar pela passeata, que é o grande ato para encerrar a programação. “A gente vai sair com a galera na caminhada. Mas a gente está aqui com o stand que também está arrecadando dinheiro para o Rio Grande do Sul”. 

A jovem já esteve em outros eventos de ação voluntária, como quando foi a Manaus, para ser missionária. “Na minha cidade também, sempre atuo como missionária, junto com outros amigos”. Karem acredita que quem é mais beneficiado pela boa ação, é a pessoa que está se doando, do que as pessoas que recebem a ajuda. “Isso transforma a gente. A gente encontra uma razão para viver, um propósito de vida”. 

O paraguaio Daniel Ronnau, 20 anos, estudante de engenharia eletrônica, estava extasiado com a troca de culturas acontecendo ali no Mané Garrincha. Ele estava vestindo uma camisa que trocou com um argentino em um ato de confraternização comum entre os jovens cristãos no evento. “Uma convenção muito bonita com uma programação espetacular”. Foi a primeira vez de Daniel em Brasília. “Mas já estive em outros eventos de liderança jovem, como em Barretos, SP”, conta. 

Daniel percorre várias cidades do Paraguai, fazendo serviço social com os amigos, então para ele, estar na convenção, com pessoas que compartilham dessas experiências de doação diária, é algo mágico. “Eu dedico minha vida para fazer o bem”, declara. 

A peruana Lizeth Santos Carranza, 31 anos, é jornalista e veio para a convenção, representar a União Peruana do Sul. Lizeth acredita que a experiência de trabalhar nesse acampamento é tão bonita, quanto é um desafio. “Porque eu quero dar o meu melhor. E também, pelo idioma diferente”, salienta. Mas Lizeth adiciona que os amigos e colegas presentes da convenção fazem toda a diferença. “Nós nos ajudamos mutuamente”. Quanto a linguagem, ela conta que ensina espanhol para os não falantes da língua, e os amigos brasileiros a ensinam o portugues falado aqui. 

Ações solidárias 

Felipe Lemos, representante da organização do evento, conta que essa é a segunda vez que acontece um evento dessa magnitude. “A primeira vez foi há vinte e dois anos no Chile”. A convenção objetiva capacitar os jovens para se tornarem líderes cristãos, e que aprendam a servir a comunidade. “O grande objetivo é que eles se relacionem melhor,que tenham um senso de trabalho em prol das pessoas”. 

A ideia, como Felipe destaca, é que esse evento ganhe uma continuidade nas regiões de cada jovem ali presente. “Para que eles se tornem multiplicadores desses conceitos trabalhados aqui”, afirma. “O importante é que os conceitos de Maranata continuem a ser transmitidos”. Como ele explica, o conceito Maranata se baseia nas quatro letras: MRNT.  O M é de missão para ajudar, salvar, e evangelizar.  O R é de relacionamento, para que os jovens não fiquem só no digital, e se desenvolvam. O N é de nutrição, para agregar conteúdo, com o estudo da palavra da Bíblia e oração. E o T, de templo, para aquela liderança jovem cuidar da saúde emocional, física e também fazer parte de uma comunidade onde a pessoa é relevante. 

A programação solidária, envolveu a participação de mais de 100 pessoas que foram até o Hemocentro de Brasília, nesta sexta-feira (31), para realizarem a doação de sangue. No sábado, mais outros grupos da convenção irão participar dessa ação, pela manhã. “Isso já faz parte do DNA dos jovens adventistas, por causa do projeto Vida por Vidas, que é um projeto que já é mantido pela organização adventista na América do Sul, constantemente com doação de sangue”, explica Felipe. 

Neste sábado, a programação vai ser encerrada com a caminhada pela paz entre as nações, às 5h, por uma cultura da não violência. “Não é uma passeata de protesto contra nada, é uma passeata para orar”, frisa. “Esse é um dos conceitos sociais que a gente quer trabalhar muito. Não violência, junto com a solidariedade em momentos de emergência e solidariedade constante, que é a doação de sangue”. 

Atividades dos líderes jovens

Junto com as doações, as atividades dos acampantes envolvem assistir a workshops de vários assuntos, como  a sexualidade, educação, saúde, empreendedorismo, caminho digital e ser relevante sob o ponto de vista como cristão. No gramado, o palco principal era o centro das plenárias e semi plenárias com shows e reuniões na grande arena. E ainda, visita a Expoleader, uma feira montada na convenção, e turismo na cidade. 

Um dos pilares da Igreja Adventista do Sétimo Dia, é o voluntariado e a vida missionária fora do país onde o líder jovem nasceu.  Suely Basso, secretária assistente do Serviço Voluntário Adventista, conta como o stand estava funcionando na convenção. Sueli. “A gente oferece as informações de como ser voluntário através da nossa plataforma mundial”.  Ela explica que geralmente as pessoas vão para esses locais que ficam na Europa, Ásia e Oriente Médio, ficar um ano ou dois anos, para oferecer algum tipo de serviço, seja trabalhar numa escola, num centro de influência, numa igreja, utilizando ou uma profissão ou algum talento. “E dentro desse processo, a pessoa ajuda a evangelizar as pessoas do local com o próprio testemunho dela”.

Fotos: Ellen Lopes/Divulgação

A logística do evento

As programações do palco tiveram intérpretes de Libras nos telões e tradução simultânea de algumas partes do programa, que também puderam ser acompanhados via rádio nos aparelhos particulares.

O evento contou com uma sala de autorregulação para participantes autistas ou que sofrem de ansiedade. Toda a programação contou com o apoio de profissionais ligados ao centro Psyson.

A convenção ocupou 36.000 metros quadrados de área de acampamento, com mais de 18 mil barracas, com uma mega cozinha responsável por 54 mil refeições por dia, 40 toneladas de alimentos por dia, e dois restaurantes. Além de dois mega banheiros com chuveiro elétrico. O espaço contou ainda com um posto de saúde, e um hospital com UTI.  Participaram do evento, em média, 18 países. 

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