A Polícia Civil do Rio Grande do Sul informou, em coletiva de imprensa, nesta sexta-feira (10/1), que o marido da suspeita de ter envenenado o bolo que levou à morte três pessoas da mesma família em dezembro será testemunha do caso.
Segundo o delegado Marcos Veloso, um dos responsáveis pelo caso, o homem não é suspeito de ter cometido o crime. Porém, para a polícia nenhuma possibilidade foi descartada. O homem será ouvido pelos agentes.
Ainda na coletiva, foi confirmado que Deise Moura dos Anjos tinha uma relação conturbada com o marido.
A suspeita tem “uma postura fria, uma resposta sempre na ponta da língua, muito tranquila, não raras vezes a conversa entre delegado e o investigado foi ouvida. Passou a ser até uma conversa, foram vários momentos que foram muito tranquilos”, disse Veloso.
Prisão temporária
Até o momento, Deise está mantida em uma prisão temporária. Ela é suspeita de ter colocado arsênio, um veneno altamente tóxico, na farinha de um bolo que foi ingerido pela família no dia 23 de dezembro.
Três mulheres da família morreram em decorrência do do bolo envenenado: Maida Berenice Flores da Silva e Neuza Denize Silva dos Anjos, irmãs de Zeli, além da filha de Neuza, Tatiana Denize Silva dos Anjos. A perícia revelou que o bolo servido no encontro estava contaminado com arsênio. Zeli, sogra de Deise, foi quem preparou o doce com farinha contaminada.
A perícia também revelou que nos exames de sangue, urina e conteúdo estomacal das vítimas foi encontrado arsênio.
Relembre o caso
- No dia 23 de dezembro de 2024, uma família celebrava uma confraternização em Torres, no litoral norte do Rio Grande do Sul, quando consumiu um bolo envenenado com arsênio;
- O incidente resultou na morte de três familiares e na internação de outras três pessoas, incluindo a mulher que preparou o doce;
- As irmãs Neuza Denize Silva dos Anjos, de 65 anos, e Maida Berenice Flores da Silva, de 59. A filha de Neuza, Tatiana Denize Silva dos Anjos, de 47, também faleceu;
- Outras três pessoas foram hospitalizadas, inclusive uma criança, que já recebeu alta;
- A irmã de Neuza e de Maida, Zeli Terezinha Silva do Anjos, de 61, foi quem preparou o bolo e levou para a confraternização em família;
- As autoridades informaram que uma desavença familiar de mais de 20 anos entre a suspeita, Deise, e sua sogra, Zeli dos Anjos, pode ter motivado o crime;
- Nos exames de sangue, urina e conteúdo estomacal das vítimas, foi detectada a presença de arsênio, uma substância extremamente tóxica que pode causar a morte;
- O veneno foi colocado na farinha usada para preparar o bolo, intoxicando as vítimas;
- O corpo do sogro de Deise, que morreu em setembro de 2024, foi exumado e a perícia descobriu que a causa da morte foi o consumo de arsênio.