O diplomata Mauro Viera assumiu o Ministério das Relações Exteriores na noite desta segunda-feira (2/1), em cerimônia no Palácio do Itamaraty. Durante o discurso, o chanceler defendeu que pretende “reconduzir o Brasil ao grande palco das relações internacionais”.
“Minhas primeiras palavras são de gratidão ao presidente de a República pela confiança em mim depositada para chefiar o Itamaraty e executar a política externa que reconduzirá o Brasil ao grande palco das relações internacionais”, iniciou o discurso.
O ministro também recordou a atuação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em mandatos anteriores, “com uma política externa ativa e altiva, e intensa diplomacia presidencial” que, segundo ele, elevaram o Brasil a um “patamar inédito de necessária e insubstituível ação internacional”.
Vieira também destacou que o cenário internacional impõe desafios significativos em termos de política e economia mundial, mas ressaltou que terá como prioridade os pilares da sustentabilidade ambiental e socioeconômica. “A boa notícia é que, como tem dito o presidente Lula, o Brasil está de volta”, frisou.
Protagonismo regional
O ministro não fez nenhum tipo de menção ao antecessor, Carlos França, que abriu a cerimônia, e afirmou que o país esteve “alijado do cenário internacional nos últimos anos por força de uma visão ideológica limitante”.
A principal tarefa de política externa diante desse quadro será reinserir o Brasil em sua região e no mundo, com corresponde aos nossos valores e interesses. Isso vai requerer uso intenso da nossa capacidade diplomática e forte retomada da diplomacia presidencial. Teremos que recompor relações bilaterais danificadas e retomar o protagonismo construtivo em fóruns e organismos internacionais, onde temos uma contribuição singular a oferecer.
Mandato interrompido
Vieira chegou ao evento acompanhando do ex-chanceler, Celso Amorim. Participaram do evento a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva; e o senador Jean Paul Prates, indicado para a Petrobras.
Também estavam presentes a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, e o ministro do STF, Ricardo Lewandowski, entre outras autoridades.
Maria Laura da Rocha, que integrou o governo de Dilma Roussef (PT), é a primeira mulher a assumir o cargo de Secretária-Geral. Em seu discurso, Maria Laura citou a sua passagem pelo governo petista e o impeachment de Dilma:
“Não é comum a que nos seja dada uma segunda oportunidade de voltar a fazer algo que foi brusca e involuntariamente interrompido. Em maio de 2016, deixei o cargo ao qual eu regresso em meio a um doloroso processo de impeachment que fraturou o pais e deixou marcas profundas”, disse a nova Secretária-Geral.
“Queria reiterar gratidão que devo a Dilma e lamento que não tivemos a oportunidade de concluir na política externa as tarefas a que nos havíamos proposto.”
Quem é Mauro Vieira
Diplomata com mais de 50 anos de carreira, Vieira chefiou a pasta durante o governo da também petista Dilma Rousseff, entre 2015 e 2016. Ao longo da atuação diplomática, ocupou alguns dos principais postos do Brasil no exterior, como a embaixada na Argentina, em Washington e a representação do Brasil nas Nações Unidas, em Nova York.
Segundo interlocutores, o atual embaixador do Brasil na Croácia criou um vínculo com Lula no período em que o petista foi preso, em 2018, após ser condenado pela Lava Jato. Isso fez com que o presidente eleito escolhesse o ex-chanceler para assumir o cargo.
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