A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro agradeceu, nesta quarta-feira (7/5), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux pela atuação dele no julgamento dos réus por envolvimento nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
“Eu peço, não desista da nossa nação, continue orando por ela, continue para Deus, continue orando para que Deus toque nos corações de cada ministro, e aqui o agradecimento ao ministro Luiz Fux, que foi sensato em seu voto, em favor de Débora”, afirmou Michelle Bolsonaro. A ex-primeira-dama participa do ato pró-anistia em Brasília.
Denúncia
- Débora foi denunciada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em julho de 2024 por associação criminosa armada, golpe de Estado, deterioração de patrimônio tombado, entre outros crimes.
- Em agosto do mesmo ano, a Primeira Turma aceitou a denúncia por unanimidade.
- O caso é julgado pela Primeira Turma da Corte, que também é formada pelo relator, Alexandre de Moraes, e os ministros Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.
- O placar está 2×0 para a condenação com 14 anos de pena. Fux votou pela pena de 1 ano e 6 meses.
- Moraes afirmou ter sido comprovado nos autos que Débora teve envolvimentos com a “empreitada criminosa” que culminou nos atos de 8 de Janeiro.
A fala de Michelle é uma referência a uma manifestação de Fux sobre a pena da cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos. Ela foi condenada a 14 anos de prisão e pagamento de R$ 50 mil de multa por pixar com batom a estátua “A Justiça”, que fica em frente ao STF. A cabeleireira escreveu: “perdeu mané”. No entanto, Fux divergiu do ministro Alexandre de Moraes e outros colegas ao propor pena de reclusão de 1 ano e 6 meses e pagamento de dez dias-multa no valor de 1/30 salário mínimo.
“Confesso que eu, em determinadas ocasiões, me deparo com uma pena exacerbada. E foi por essa razão que eu pedi vista do caso”, disse ao pedir vista do caso em março de 2025.
A fala de Michelle Bolsonaro no evento foi rápida. Ela discursou logo após o deputado federal Nicolas Ferreira (PL-MG). Também participam do ato o ex-presidente Jair Bolsonaro; o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto; e o pastor Silas Malafaia.
O ato desta quarta tenta pressionar parte do Congresso a trabalhar para o andamento do PL da Anistia. O texto vis a perdoar manifestantes que participaram da invasão e depredação dos prédios dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro de 2022.
A oposição afirma ter mais de 200 assinaturas e caminha para alcançar as 257 necessárias para a votação do requerimento de urgência. A aprovação da urgência muda o rito de tramitação e deixa para trás a apreciação em comissões, fazendo com que o PL siga direto para votação pelos deputados em Plenário.
O caso Débora
A cabeleireira foi objeto de um movimento nas redes sociais para sensibilizar e chamar a atenção para o caso dela. Mesmo com a condenação mantida, após um parecer da Procuradoria Geral da República (PGR), Moraes concedeu prisão domiciliar para ela.