A cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, de 39 anos, presa por ter pichado com batom a estátua “A Justiça” com a frase “Perdeu, mané”, em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), durante os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, chorou durante interrogatório.
“Na praça, estava tirando fotos. Achei os prédios muito bonitos. Apareceu esse indivíduo, que nunca vi na vida, falando para mim [pichar a estátua] e caí. Eu nunca tinha ido a Brasília”, contou Débora.
A declaração da cabeleireira foi dada em depoimento concedido em novembro de 2024 e que teve o sigilo derrubado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Débora está presa desde o dia 17 de março de 2023, data da 8ª fase da Operação Lesa Pátria.
Veja:
A cabeleireira é acusada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de ter aderido ao movimento golpista para impedir a posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Eu queria pedir perdão para o Estado Democrático de Direito. Estar aqui me fez refletir muita coisa. O país depende de hierarquias que precisam ser respeitadas. O Estado foi ferido com meu ato. Foi isolado, não pretendo repetir”, disse a mulher.
Decisão do Supremo Tribunal Federal
A Primeira Turma do Supremo iniciou o julgamento de Débora. O ministro Alexandre de Moraes, o relator do caso, votou para condená-la a 14 anos de prisão por cinco crimes. Flávio Dino acompanhou o voto de Moraes.
No entanto, o julgamento foi suspenso após o ministro Luiz Fux pedir vista, ou seja, solicitar mais tempo para avaliar o caso.
“Eu tenho que fazer uma revisão dessa dosimetria, porque se a dosimetria é inaugurada pelo legislador, a fixação da pena é do magistrado”, disse Fux.
Quais crimes ela é acusada
- Abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- Golpe de Estado;
- Dano qualificado;
- Deterioração do patrimônio tombado; e
- Associação criminosa armada.