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A ORCRIM venceu: “Brasileiros são seus escravos”

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“Se o STF soltar o presidiário Lula na sequência da violação e divulgação criminosa de comunicações atribuídas por Fake News a integrantes da Lava Jato, especialmente Deltan e Moro, dará sinal para a sociedade de que a ORCRIM venceu e de que os brasileiros são seus escravos”, diz o procurador Ailton Benedito.

“Ministros do STF, tão preocupados com a propagação de Fake News que ameaçam as instituições, tanto que instauraram inquérito judicial para investigá-las e puni-las, soltarão o presidiário Lula com base em Fake News contra integrantes da Lava Jato?”

O Brasil é um país curioso: equipara-se a divulgação oficial ou não de grampos legais da Lava Jato ao vazamento de mensagens roubadas do celular de procurador.

Não é a mesma coisa.

A Lava Jato não está provando do próprio veneno, como andam dizendo, mas de um veneno muito mais forte, porque completamente ilegal.

Os que gritam em defesa do Estado de Direito contra a Lava Jato deveriam estar gritando ainda mais alto agora. Se não o fizerem, estarão dando o seu aval ao hackeamento de todos, inclusive deles próprios.

A origem do material e a forma como foi divulgado deixam dúvidas

O editorial do Estadão pede abertamente a cabeça de Sergio Moro e Deltan Dallagnol, como se eles tivessem cometido falta grave no campo processual, de acordo com as mensagens divulgadas pelo site Intercept.

O editorial da Folha fica em cima do muro, mas não pede a cabeça de Moro e Dallagnol.

O editorial de O Globo defende Moro e Dallagnol, com um argumento que não vem sendo levado em conta:

“Assusta em tudo isso a possibilidade do hackeamento de conversas, seja entre quem for. É crime grave, que expõe todos e viola direitos básicos do cidadão. A origem do material e a forma como foi divulgado deixam dúvidas. Não se sabe se os diálogos estão completos e no devido contexto. É impossível ter segurança de que não há omissões que mostrariam que o procurador e o juiz agiram de forma correta.”

Janaina: “Por enquanto, é só espuma!”

Janaina Paschoal pergunta:

“Onde estão as tantas mensagens anunciadas pelo site Intercept?

Jornalistas me ligaram e enviaram mensagens, indagando o que eu estava achando de tudo isso. Eu só respondi que estava aguardando o material bombástico, para poder me manifestar. E sigo aguardando!

Se algo significativo for publicado, eu volto a avaliar e não tenho medo nenhum de mudar de opinião. Por enquanto, é só espuma!”

“Hilário ler que o CNMP está discutindo em grupo de Whatsapp o que fazer com os procuradores que se falaram em grupo de Whatsapp. Será que ninguém percebe o pitoresco da situação?”, pergunta Janaina Paschoal.

“Em um país em que parentes de Ministros advogam nos Tribunais Superiores; em que a nata da advocacia criminal faz jantar homenagem ao Presidente da Corte que julgará suas causas; em que o magistrado da causa oferece jantar de aniversário para a parte, em que um ex-Ministro de Estado se refere a um Ministro do STF como ‘nosso advogado’ e ninguém se considera suspeito, DATA VENIA, parece piada querer fazer um carnaval por causa de três frases em um grupo de Whatsapp. Faz-me rir!”

“Não existe nada que absolva Lula das acusações”

“Os trechos das conversas entre Deltan Dallagnol e Sergio Moro foram conseguidos através de uma ação ilegal, e não servem de prova em praticamente lugar nenhum do mundo civilizado”, diz Merval Pereira.

A consequência prática não existe. A questão maior é a repercussão política, para reforçar a ideia de que Lula foi injustiçado, embora nas conversas não exista nada que o absolva das acusações.

É preciso esclarecer quem tinha interesse em saber das conversas entre os membros da Lava Jato, e como invadiu os celulares dos procuradores. Essa é a parte política do imbróglio, que merece especial atenção. Não há dúvida de que os setores interessados no fim da Lava Jato são beneficiados.”

Não há nada que comprometa Moro.

“Na primeira, ele sugere a Dallagnol que investigue informações que recebera de uma “fonte séria” sobre um filho de Lula. Não é um procedimento propriamente regular. Mas não é um problema um juiz encaminhar o que recebeu ao canal competente de investigação. O caso não prosperou (…).

Na quarta, Moro se mostra revoltado com a possibilidade de adiamento do primeiro depoimento de Lula, marcado para 10 de maio de 2017. Deltan responde no dia seguinte, véspera do depoimento: ‘Defenderemos manter. Falaremos com Nivaldo’.

De fato, o juiz Nivaldo Brunoni, que cobria férias no TRF-4, negou o pedido da defesa e manteve o depoimento de Lula. Foi a única situação em que será possível argumentar que a intervenção de Moro surtiu resultado. A defesa de Lula deverá usá-la para pedir anulação do processo, com base na ‘suspeição’ de Moro.

Será difícil, porém, que esse argumento prospere, pois Moro não tomou a decisão, apenas solicitou a manifestação de uma determinação quanto à data de um depoimento. É uma questão lateral que, novamente, não afeta o resultado do processo.”

A “alegria incontida” dos ministros do STF

“Não eram poucos os ministros do STF que estampavam ontem no rosto uma alegria incontida”, diz O Globo.

A felicidade era motivada pelas mensagens roubadas a Sergio Moro e a Deltan Dallagnol.

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Takamoto
Takamoto
Fotojornalista, artista marcial, ex-militar, perito criminal.
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